O candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) rechaçou hoje qualquer possibilidade de estar ao lado do PT para derrotar Jair Bolsonaro (PSL) em um eventual segundo turno. Durante entrevista para o programa Esfera Pública, nesta terça-feira, Alckmin assegurou que vai crescer na reta final de campanha e disputar a segunda etapa das eleições.
“Nós não vamos apoiar o PT, não há hipótese de estar junto com o PT, isso não existe. O que nós queremos é derrotar o PT. Agora, precisamos chegar no segundo turno porque tudo que o PT quer é disputar com Bolsonaro, que detém a maior rejeição do País”, declarou.
Na segunda-feira, a pesquisa Ibope indicou Bolsonaro com 28% das intenções de voto, seguido de Fernando Haddad (PT), com 22%, Ciro Gomes (PDT), com 11%, Alckmin, com 8% e Marina Silva (Rede), com 5 %.
O ex-governador de São Paulo também comentou o teor das campanhas políticas do PSDB e garantiu que, nelas, não existem ataques aos opositores. “Nós mostramos quem são os candidatos”, disse. Contudo, o candidato tucano frisou a incoerência de Bolsonaro, que segundo ele vem atacando os partidos políticos mas já adiantou que pretende abrigá-los em um eventual governo.
“Engraçado, o Bolsonaro falou que não vai governar com os partidos políticos e ainda fala mal do Centrão, mas o primeiro-ministro que ele falou que levará para Casa Civil é o Onyx Lorenzoni (DEM-RS) do Centrão. É uma contradição total. É isso que a gente tem que alertar, para abrir os olhos da população”, salientou.
O candidato do PSDB também associou Bolsonaro a candidaturas “folclóricas” ao citar nomes que largaram bem no primeiro turno do pleito, em eleições passadas, mas foram derrotados devido ao elevado grau de rejeição.
Sobre o vídeo em que o presidente Michel Temer (MDB) lembra que tucanos faziam parte do governo dele, o candidato do PSDB voltou a afirmar que nunca apoiou o ingresso do partido no governo federal após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), mas acabou sendo voto vencido. Em função de o presidente computar a popularidade mais baixa da história, Geraldo Alckmin ainda cutucou. “Temer me criticou e eu subi um pontinho na pesquisa”, provocou.
Alckmin também rebateu as acusações de Marina Silva, que afirmou que o PSDB e o PT estão se aliando para acabar com a Lava Jato. “A Marina Silva esteve 24 anos no PT e quando veio o escândalo do Mensalão, ela era ministra do Lula e não saiu do PT. Ela acabou saindo do partido anos depois, mas eu sempre combati o PT e vou continuar combatendo. A Lava Jato tem todo meu apoio, assim como a independência dos órgãos de controle e fiscalização”, concluiu.