O presidente Nacional da Cruz Vermelha Brasileira (CVB), Julio Cals, esteve em Porto Alegre, na tarde desta terça-feira, visitando a sede local e reiterando a importância do serviço prestado pela instituição, sobretudo em um momento em que cidades da região Metropolitana recebem grupos de refugiados da Venezuela. Em Roraima, voluntários da Cruz Vermelha começaram a atuar desde que os primeiros imigrantes cruzaram a fronteira.
Dentre os serviços oferecidos aos venezuelanos no Norte, Cals cita o trabalho de restabelecimento de vínculos com familiares. Dessa forma, a Cruz Vermelha auxilia com acesso a telefones celulares e Internet para que os imigrantes possam restabelecer contato com parentes que, ou chegaram ao Brasil, ou permanecem na Venezuela. “Eles ligam ou postam em suas redes sociais que estão vivos. Quando eles conseguem o contato com o familiar, eles choram e nós choramos juntos. Esse encontro, mesmo que ainda distante, e essa troca de notícias entre eles nos faz ter certeza do trabalho que estamos realizando”, salienta o presidente.
Em Porto Alegre, o presidente regional Manoel Garcia Júnior relata que vêm sendo implementadas, em parceria com a Unisinos, aulas de português aos imigrantes. Em breve, a instituição pretende também dar apoio psicossocial, para que os homens e mulheres consigam se adaptar à realidade dos gaúchos e para que os filhos deles consigam interagir tranquilamente dentro da rede escolar. “Entendemos que para muitos deles, o Rio Grande do Sul possa ser apenas uma porta de passagem para outros países, como a Argentina ou Paraguai, mas mesmo assim, precisamos pensar que muitas dessas pessoas escolhem viver aqui no nosso Estado. Sendo assim, tentamos oferecer o acolhimento necessário e ideal”.
Como a Cruz Vermelha não recebe recursos do governo, Cals ressalta que qualquer forma de ajuda voluntária é sempre bem vinda. De acordo com ele, essa é uma das maiores dificuldades que a Cruz Vermelha enfrenta no momento. Ele lamenta que a população não tenha a cultura de fazer doações e, “menos ainda de dedicar seu tempo à ajudar os outros pessoalmente”.
Além do trabalho com imigrantes, a Cruz Vermelha de Porto Alegre desenvolve ações de socorro a vítimas, apoio e prevenção ao uso de álcool e drogas, tratamento ambulatorial, com equipe composta por psicólogos, terapeutas de família, médicos da área da psiquiatria, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, assistente sociais e uma equipe capacitada para ministrar cursos de primeiros socorros.
Para que todos esses trabalhos possam continuar, o presidente nacional enfatiza: “amor no coração e vontade de ajudar é só o que precisamos”.
Para saber como ajudar, procure a Cruz Vermelha pelo telefone (51) 3311-5140 ou pelo site.