CPI pode votar hoje requerimento para que Eduardo Leite deponha em investigações

CPI investiga possíveis irregularidades em laudos de exames de pré-câncer de colo do útero realizados em Pelotas, na zona Sul do Estado

Fraudes na realização dos exames teriam sido realizadas por uma clínica contratada pela Prefeitura. Foto: Alina Souza/CP

Está marcada para as 10h desta terça-feira a sessão extraordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai analisar o requerimento de convite para que o ex-prefeito de Pelotas e candidato ao governo do RS, Eduardo Leite, e a prefeita Paula Mascarenhas sejam ouvidos nas investigações. A CPI investiga possíveis irregularidades em laudos de exames de pré-câncer de colo do útero realizados em Pelotas, na zona Sul do Estado.

A votação do requerimento deveria ter acontecido na reunião da Comissão da última quarta-feira, mas a sessão não teve quórum. Dos 11 vereadores que integram a CPI, apenas quatro compareceram.

Apesar da grande movimentação em torno do tema, a probabilidade do requerimento ser aprovado é pequena. Apenas quatro integrantes da Comissão são favoráveis ao convite para ouvir o ex-prefeito e a atual prefeita. Se a convocação para os tucanos depor for rejeitada, nenhum novo convite pode ser protocolado.

Entenda o caso

Médicos e enfermeiros da UBS Bom Jesus, de Pelotas, que faziam a coleta de exame citopatológico do colo uterino notaram não ter sido identificado nenhum resultado alterado no período de janeiro de 2014 a junho de 2017. Uma tabela de exames da mesma unidade de saúde mostrou que antes desse período 44 resultados divulgados pelo laboratório apontaram câncer.

As amostras coletadas das pacientes vinham sendo analisadas por amostragem – a cada 100, somente uma era, de fato, analisada. Mesmo pacientes com lesões aparentes recebiam resultados de exames “normais”.

A CPI já solicitou à Prefeitura o levantamento de todas as pacientes que morreram entre 2014 e 2018, vítimas de câncer de colo do útero, na cidade. Além da CPI, o Ministério Público também passou a averiguar se houve fraude na realização dos exames, realizados por uma clínica contratada pela Prefeitura.