Marina repudia ataque a Bolsonaro e adverte para riscos maiores com arma de fogo

Candidata falou para o Esfera Pública, na tarde desta quinta-feira

Foto: Elza Fiúza / ABr / CP

Após ter utilizado as redes sociais, a candidata à presidência Marina Silva (Rede) voltou a criticar veemente, nesta sexta-feira, o crime cometido contra Jair Bolsonaro (PSL), alvo de uma facada durante comício em Juiz de Fora (MG), ontem. Em entrevista para o Esfera Pública, Marina Silva reiterou que toda e qualquer forma de violência deve ser combatida, seja ela de onde vier. Porém, frisou que, com a liberação do porte de arma, crimes do tipo podem ser ainda mais graves.

“Eu fico pensando, meu Deus, se aquele homem que estava com aquela faca tivesse com uma arma de fogo, a desgraça que não teria acontecido. É por isso que nós não devemos, em hipótese alguma, incentivar qualquer tipo de saída, que seja por meio da força bruta (sic)”, disse Marina, ao refutar também as políticas de armamento da população no Brasil.

Marina Silva lamenta que, desde o período pré-eleitoral, os ânimos já tenham se acirrado no campo político, resultando em uma escalada da violência. Ela citou os disparos contra uma caravana de Lula, no Paraná, o assassinato da vereadora Marielle Franco e o ataque contra Bolsonaro. Para a ex-ministra, a violência deve ser estancada para que o debate político predomine.

“Eu sempre tenho dito, nós não temos que ficar nesta cultura de ódio. Temos que quebrar a polarização e eu tenho trabalhado muito, desde 2010, para unir as pessoas, para construir o Brasil”, salienta.

Sobre campanha política, Marina também defendeu posições sobre temas polêmicos, como o aborto. Para ela, um plebiscito deve ser realizado para que a população opine sobre a possibilidade de ampliar o aborto legal, hoje, permitido para casos de estupro, risco de morte da mãe e quando o feto é anencéfalo.

“Eu sou contra o aborto desde sempre, mas se for para ampliar além das formas já existentes, que não seja apenas pelos 513 deputados. Na Argentina tentaram fazer via Congresso, mas na maioria das democracias, isso é discutido pela população, pois é um tema polêmico demais”, considera.

Por fim, Marina esclareceu ter o setor do agronegócio como aliado, rechaçando rótulo de opositora do segmento, em função da ligação histórica com a defesa do meio ambiente. “O maior amigo do agronegócio é aquele que protege florestas para ter água, é aquele que protege nascentes para que a nossa agricultura continue próspera. Eu tenho compromisso com o aumento de produção por ganhos de produtividade e de levar tecnologia para pequenos, médios e grandes produtores para que eles sejam cada mais produtivos”, esclarece.