O Brasil possui o quarto maior rebanho equino do mundo com 5.496.817 cabeças, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Desses, apenas 700.000 são registrados. Para contornar esse cenário e fomentar o setor da equinocultura nacional, o agrônomo e consultor em agronegócio Daniel Dias apresentou uma série de estudos sobre o tema na manhã de segunda-feira (27/8), na 41ª Expointer, em Esteio (RS). A palestra integrou a programação da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) na feira.
Das 34 raças registradas no Brasil, em primeiro lugar está a Mangalarga Marchador, com 644 mil exemplares, somando 29,4% do total. Mesmo com um rebanho tão grande, segundo Dias, “a equinocultura não é organizada como outras atividades do agro”. De acordo com o especialista, o Produto Interno Bruto (PIB) da equinocultura representa 16 bilhões na economia nacional, ofertando 642 mil postos de trabalho direto em todo o Brasil. Só a lida no campo congrega mais de 500 mil e soma 52% do valor total do PIB. A saída para reverter a situação da atividade, para ele, é apostar nas provas cada vez mais focadas na lida de gado, de maneira a dar visibilidade ao setor. “Alguém tem que abraçar e começar a trabalhar por essa causa”, afirmou.
Durante a palestra, Dias também apresentou informações sobre a morfologia de equinos. “Seja qual for a raça, os princípios básicos de equilíbrio morfológico são aplicáveis para qualquer cavalo de função”, pontuou. Conforme explicou, o animal deve ter harmonia na paleta e nos posteriores, formando um quadrado imaginário entre os extremos do corpo. “Em competições, nunca devemos levar em consideração o passado e muito menos o futuro do indivíduo a ser julgado”, disse Dias, destacando que o momento do julgamento é único. Aprumos, cascos, olhos e narinas são características que devem ser cuidadosamente avaliadas, pois determinam a eficiência do animal. E alertou: “muita atenção com os machos, pois os problemas são hereditários”.