Ministério Público reitera ao TSE parecer pela inelegibilidade de Lula

Pelo menos 10 contestações contra o registro de candidatura do ex-presidente foram protocoladas no TSE até o momento

Cinco dias depois de o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrar com uma ação para impugnar (questionar) o registro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques, reiterou hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) posição favorável a que o petista seja declarado inelegível.

O MPE anexou o parecer ao pedido de registro de candidatura de Lula, cujo relator é o ministro Luís Roberto Barroso, em resposta a quatro “notícias de inelegibilidade” feitas por cidadãos contra o ex-presidente.

Além da impugnação do Ministério Público Eleitoral (MPE), candidatos, coligações e partidos são legítimos para impugnar registros de candidatura de adversários, o que deve ser feito em até cinco dias após a publicação de um edital pelo TSE. No caso de Lula, esse prazo vence na próxima quarta-feira.

Qualquer cidadão, porém, pode enviar uma “notícia de inelegibilidade” ao TSE, dando conta de situações irregulares que impeçam um candidato de disputar as eleições. Ao menos quatro processos desse tipo foram abertos contra Lula, sob o argumento de que ele é condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, pela segunda instância da Justiça, e por isso fica enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não pode disputar as eleições.

Solicitado a se manifestar também em relação a esses processos, Humberto Jacques, em nome no MPE, respondeu na tarde de hoje que “com efeito, o candidato está inelegível, e o mesmo fato [condenação em segunda instância] fundamenta a impugnação apresentada pelo Ministério Público Eleitoral”.

Pelo menos 10 contestações contra o registro de candidatura de Lula foram protocoladas no TSE até o momento. Após encerrado o prazo para impugnações, deve começar a contar um prazo de sete dias para resposta da defesa. Cabe ao ministro Barroso ditar o ritmo do processo.

Barroso pode decidir de modo monocrático e liminar (individual e provisório) sobre o deferimento ou não do registro de Lula, mas há indicações de que deve levar o caso diretamente para julgamento no plenário do TSE, após a manifestação da defesa.

Entenda
Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter uma pena de 12 anos e um mês imposta contra si pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal.

Em frentes paralelas, a defesa do ex-presidente tenta garantir-lhe o direito de recorrer em liberdade ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a condenação e também conseguir uma decisão judicial que permita a Lula fazer campanha e disputar as eleições.