Marchezan rejeita possibilidade de conversar com “invasores”

Prefeito defendeu a ilegalidade da ocupação da prefeitura e disse que ato foi criminoso

Servidores ficaram cerca de dez horas na prefeitura | Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

O prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior refutou a possibilidade de se reunir com os servidores municipais – que estão paralisados há nove dias. Em entrevista à Rádio Guaíba, na manhã desta quarta-feira, o chefe do Executivo disse que não será concedida audiência enquanto “a greve ilegal não acabar”.

“Enquanto não acabar a greve e não determinarem outros interlocutores – e não os invasores da prefeitura, vândalos e criminosos – não haverá um minuto de reunião com essas pessoas”, garantiu Marchezan. Ele disse ainda que a ocupação do prédio da prefeitura “é um ato criminoso” e que, após identificação dos envolvidos, “medidas penais e administrativas serão tomadas”.

Os servidores ligados ao Sindicado dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) ocuparam o Paço Municipal por cerca de dez horas na terça-feira. A categoria exigia diálogo com o prefeito e alegou que, desde abril, aguarda uma reunião com Marchezan para discutir a pauta de reivindicações, entre elas a reposição salarial.

Eles só saíram do local, após decisão judicial, que previa multa de R$ 200 mil por hora de descuprimento. Após 40 minutos da liminar ter sido expedida, os servidores deixaram a prefeitura.

“Sindicato não tem fundamento legal”

Em greve, a categoria luta contra dois projetos enviados pelo Executivo à Câmara de Vereadores: o que cria a previdência complementar, que foi aprovado na segunda-feira, e a proposta que acaba com a incorporação de gratificações – que deve ser analisada nesta quarta. Em todas as sessões que os vereadores prometeram colocar os projetos em pauta, os servidores foram à Casa Legislativa.

“O sindicato não tem nenhum fundamento legal para orientar nesses invernos mais rigorosos, quando idosos e crianças precisam de atendimento médico, o fechamento de postos e escolas para ir para a Câmara de Vereadores só porque são contra determinado projeto”, defendeu o prefeito, referindo-se ao primeiro dia de paralisação.