Análise de exames de câncer pode render CPI na Câmara de Pelotas

Suspeitas envolvem exames de colo de útero

Exames encaminhados pela UBS Bom Jesus eram supostamente analisados por amostragem. Foto: Divulgação/Prefeitura de Pelotas

A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Pelotas pretende protocolar, na próxima terça-feira, a criação da CPI da Saúde para tratar das suspeitas envolvendo a análise de exames do colo do útero no município.

“Queremos investigar o processo para comprovar se realmente estão sendo realizados por amostragem, como denunciado”, disse o presidente da comissão e vereador, Marcos Ferreira. A suspeita de irregularidades deixou as pacientes em alerta. O vereador garante que já ter recolhido assinaturas suficientes para a criação da CPI. “Um tema que esperamos que todos os vereadores assinem. Precisamos de sete, mas já temos oito assinaturas, o que garante a instalação da CPI.”

Entenda:
Laboratório é suspeito de fraudar resultados de câncer em Pelotas

A questão começou no ano passado. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, uma equipe do Departamento de Vigilância Sanitária realizou fiscalização no local em maio de 2017, dois meses antes de receber memorando em que profissionais da UBS Bom Jesus manifestaram dúvida quanto aos resultados dos exames. Após a denúncia, a Vigilância efetuou novas fiscalizações e solicitou ao laboratório os Relatórios de Monitoramento Interno de Qualidade, com base no Manual de Gestão de Qualidade para Laboratórios Citopatológicos. O laboratório entregou a documentação necessária e teve o Alvará Sanitário renovado, ainda no ano passado, com validade até 23 de novembro de 2018.

A partir da suspeitas surgidas nesta semana, a secretaria requisitou ao laboratório novos relatórios de qualidade. A empresa prometeu entregar a documentação na segunda-feira. A secretária municipal de Saúde, Ana Costa, afirmou ter confiança na terceirizada. Ela só deve se manifestar, agora, na terça-feira.

A advogada da SE Serviço Especializado de Ginecologia, Cristiane Ualt Fonseca informou, por meio de nota, que teve duas reuniões ontem com o município. “Decidimos que vamos buscar a Justiça para provar que sempre agimos de maneira correta e que a denúncia não é correta. Temos 43 anos de serviço prestado ao município. Passamos por um critério rigoroso de qualificação, tanto pelo município, quanto pelo Estado. Realizamos monitoramento de qualidade interna. Guardamos todas as lâminas por cinco anos, conforme diz a legislação”, finaliza o comunicado.