Abcam: entre 70% e 80% dos caminhoneiros já se desmobilizaram

Dirigentes confirmaram que ativistas com fins políticos se infiltraram no movimento

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que os caminhoneiros devem voltar satisfeitos e orgulhosos para o trabalho.

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que entre 70% e 80% dos caminhoneiros que faziam manifestações em rodovias do país já “levantaram acampamento” nos pontos de obstrução. A expectativa é de que a desmobilização seja concretizada até o fim desta terça-feira. A entidade divulga, até o fim da tarde de hoje, um balanço preciso sobre a situação atual da mobilização de caminhoneiros, que já dura oito dias.

“O nível da adesão (ao acordo com o governo federal) está aumentando gradativamente. Estou aguardando posição do grupo que está fazendo o levantamento. Apesar de ainda não termos um número exato [sobre o total de caminhoneiros que já se desmobilizaram], dá para dizer que de 70% a 80 % já levantaram acampamento”, disse Lopes à Agência Brasil.

Uso político
Lopes explica que as manifestações que ainda ocorrem em alguns pontos de rodovias não estão relacionadas às reivindicações de caminhoneiros, mas a “gente que quer derrubar o presidente Michel Temer”. Lopes disse ter ouvido relatos de que parte do movimento dos caminhoneiros vem sendo usado politicamente por defensores da intervenção militar.

“Nas conversas com a base, fiquei sabendo de pontos com envolvimento com intervencionistas, mas estamos trabalhando para evitar esse uso político do nosso movimento. Faremos denúncia publica sobre os pontos onde isso está ocorrendo. Se essas pessoas forem penalizadas por autoridades, com multas ou o que for, elas não terão a ajuda da Abcam”, disse à Agência Brasil o representante da entidade.

Lopes acrescentou os pontos acordados com o governo já estão “bem encaminhados”, e que serão necessários alguns dias para que a situação se normalize no país. Ele garante não haver, neste momento, rodovias trancadas, e que os combustíveis já estão na direção dos postos.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Rio Grande do Sul (Sinditac/RS), Carlos Dahmer, do ponto de vista classista, está tudo resolvido.

O dirigente sindical também apontou problemas que vêm sendo causados por “posições extremistas, de âmbito político”, que vão desde a defesa de uma intervenção militar até o movimento Lula Livre, que pede a soltura do ex-presidente, passando pelo Fora Temer. “A gente respeita os que defendem essa bandeira, mas que eles montem o seu piquete fora do nosso movimento”.