Caminhoneiros: diálogo com governo ainda não começou, esclarece dirigente nacional

Manifestações e bloqueios ocorrem na tarde de hoje em 19 pontos do RS

Sérgio Reis vem a Brasília divulgar a Caravana Siga Bem Crianças, que combate a exploração sexual infantil(Antônio Cruz/ABr)

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABcam) afirmou que até agora não obteve retorno por parte do governo federal acerca das reivindicações da categoria sobre os aumentos no preço do diesel. Conforme José Fonseca Lopes, presidente da ABCam, 17 movimentos em por todo o Brasil fazem manifestações e bloqueios em rodovias federais e estaduais, como pressão para que as negociações avancem. “O Brasil é um país rodoviarista, nós nos adaptamos a isso, carregamos o país nas costas e não temos ganho, não temos nada”, lamentou Lopes.

O dirigente mencionou ainda que, no entendimento dele, o melhor era apenas paralisar as atividades e não realizar protestos: “eu não queria fechamento de rodovia, sou contrário, o que eu peço é que o caminhoneiro fique em casa, com a família. Se fizer durante cinco dias, resolve tudo. Mas como cada cabeça é uma sentença, a gente não consegue resolver dessa maneira”, ponderou, lembrando que o anúncio de mais um aumento dos combustíveis, nessa manhã, aumentou as tensões. Disse ainda que, se a situação dos preços não for alterada, “não dou dois meses para todo mundo largar isso (o transporte de cargas)”.

Por fim, disse que espera o resultado de uma reunião programada para o final da tarde de hoje entre a cúpula do governo federal para analisar a questão.

Já o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Alessandro Castro, a situação nas rodovias gaúchas é tranquila até o momento. No entanto, asseverou que os bloqueios são reportados à Advocacia Geral da União, que pode solicitar o desbloqueio judicial das vias. Caso seja descumprida a norma judicial, a multa pode chegar a R$ 5 mil.

Manifestações pelo País

A paralisação nacional de caminhoneiros deflagrada hoje teve adesão da categoria na maioria do País. Segundo balanço da ABCam, houve participação em 17 unidades da federação. Foram realizadas manifestações diversas, desde pontos de concentração de motoristas à interdição de rodovias a veículos de carga. Já levantamento a Polícia Rodoviária Federal apontou mobilização maior, em 21 estados.

A ABCam não informou número de profissionais que se juntaram ao movimento. A entidade reivindica a isenção de PIS, Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel.

A categoria sustenta que os caminhoneiros vêm sofrendo com aos aumentos sucessivos no diesel, o que gera aumento de custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio e 43% do preço do combustível na refinaria vem do ICMS, PIS, Cofins e Cide.