Quadrilha tem centenas de caça-níqueis espalhados pelo RS

Organização foi alvo de operação da Polícia Civil que investiga lavagem de dinheiro

Quadrilha tem centenas de caça-níqueis espalhados pelo Rio Grande do Sul | Foto: Policia Civil / Divulgação / CP

A quadrilha que foi alvo da operação Repasse, da Polícia Civil, tem centenas de máquinas caça-níqueis espalhadas por diversas cidades do Rio Grande do Sul. Nesta sexta-feira, a ofensiva investigou o crime de lavagem de dinheiro relacionado a jogos de azar. Um depósito encontrado pelos policiais abrigava mais de 200 aparelhos. Três pessoas foram presas.

A investigação contra exploração de jogos de azar foi iniciada há um ano e meio e foi conduzida pela Delegacia de Polícia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro (DRLD) do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos, sob comando do delegado Filipe Bringhenti. “Essa organização criminosa ganhava bastante dinheiro mas que, naturalmente, acabava esquentando este capital e ocultando bens dos protagonistas, registrando-os em nomes de terceiros e abrindo empresas. O dinheiro ilícito passava a ter aparência de licitude”, revelou.

A ação cumpriu 33 mandados de busca e apreensão nas residências e empresas dos suspeitos em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Eldorado do Sul e Xangri-Lá. “Apreendemos farta documentação”, enfatizou. “Bloqueamos as contas bancárias de 41 investigados pessoas físicas e jurídicas”, acrescentou Bringhenti. Houve ainda o sequestro de 33 veículos, indisponibilidade de 32 imóveis, bloqueio de contas e afastamento dos sigilos fiscal, bancário e financeiro dos indivíduos.

Capital dissimulado com abertura de empresas 

Segundo Bringhenti, a organização criminosa usava “laranjas” e dissimulava o capital com abertura de empresas, como minimercados, pet shops, lojas de veículos, que mesclam o dinheiro lícito com o ilícito. “A lavagem de dinheiro era praticada há alguns anos para poderem desfrutar de bens que não podem ser adquiridos diretamente em seus nomes”, afirmou.

Sobre os caça-níqueis, o delegado ressaltou que os equipamentos ficam em locais escondidos dentro de estabelecimentos comerciais. “Nada escancarado”, frisou. “Só em um depósito, onde cumprimos mandado de busca hoje de manhã, encontramos hoje mais de 200 máquinas”, destacou. Com a análise da documentação, os policiais civis pretendem evoluir nas investigações e mapear toda a quadrilha, cuja base fica na Capital.