Jungmann fala em “afunilamento de hipóteses” sobre assassinato de Marielle

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse hoje ter percebido avanço nas investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. “Houve um afunilamento das hipóteses”, ressaltou, após participar de um encontro com secretários do setor na Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa (LAAD, na sigla em inglês), na capital paulista.
Segundo o ministro, as equipes do caso vêm demonstrando confiança de que chegarão até os responsáveis por ordenar a execução da vereadora. “Eu sinto das pessoas, quando converso lá, que elas estão animadas, de que vão conseguir colocar na cadeia não só os que executaram, mas também chegar aos mandantes desse crime que chocou a todos nós”, acrescentou. O crime completa um mês no próximo sábado.
Intervenção
Jungmann também disse que a intervenção federal na segurança do estado do Rio de Janeiro não deve terminar antes do fim do ano. “Não vejo hoje nenhuma intenção de fazer a suspensão, mas, sim, de levá-la até o último dia do governo atual. Ou seja, 31 de dezembro de 2018”, enfatizou.
Na avaliação de Jungmann, a intervenção “caminha bem” e vem apresentando resultados favoráveis. “A maior prisão coletiva que se teve de milicianos. A principal milícia do Rio de Janeiro foi golpeada de uma maneira sem paralelo”, destacou o ministro, sobre a operação realizada no último sábado contra o grupo conhecido como Liga da Justiça.
No episódio, foram presas 149 pessoas em um sítio onde ocorria uma festa. Durante a ação, quatro pessoas morreram. Entre os detidos estão sete adolescentes. Os milicianos tinham como base o município de Campo Grande, mas já expandiam as atividades para Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Civil, os criminosos, além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, tinham acordos para controlar o tráfico de drogas e o roubo de cargas nos territórios de ação.
Para o ministro, a intervenção vem conseguindo sucesso na tentativa de reestruturar as polícias do estado do Rio. “A intervenção está no caminho certo: de reformular e reestruturar as polícias, de não permitir nenhum tipo de politização, corrupção ou ligação com o crime organizado. Quem for pego nisso, está fora e vai pagar por isso”, completou.