Estudantes ocupam UERGS para forçar governo a contratar professores

Estudantes da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) ocupam a sala da direção da instituição, localizada na Avenida Sete Setembro, no Centro de Porto Alegre. Eles reivindicam a contratação de 86 professores que foram aprovados no último concurso público, que aconteceu em 2014, além da reposição imediata de quatro concursados e de dois substitutos.
Segundo a Coordenadora-geral do DCE, Laura Ramos, um exemplo é o curso de Administração da UERGS, na Capital, que tem apenas três professores-administradores para atender a demanda. Segundo ela, com a falta de docentes, as turmas não abrem e os alunos não veem perspectiva de se formar. “A reivindicação principal é sobre a falta de professores na Universidade. A gente tem 86 vagas em aberto, que são de professores que faleceram ou que passaram em outros concursos e saíram e a UERGS não teve autorização do governo para fazer novas contratações”, explicou a estudante.
São cerca de 40 alunos que se revezam na sala da direção desde a última terça-feira. De acordo com a coordenadora do DCE, apesar da ocupação, as atividades da UERGS continuam normalmente, já que a ação é para garantir os direitos dos alunos terem aulas.
Para a reitora da instituição, professora Arisa Araujo da Luz, o número de 86 docentes que são necessários para o prosseguimento normal das atividades é resultado de um estudo realizado para que a instituição possa seguir as atividades com os 25 cursos de graduação e os dois cursos de mestrado. Segundo a professora, a direção busca sempre levar as demandas da universidade para o governo estadual.
“Desde o início da nossa gestão, sempre procurei manter um diálogo permanente com o governo e sobre as solicitações urgentes sempre foi feito um esforço para resolvê-las. Outra questão que sempre buscamos dentro da universidade foi termos o professor substituto para os casos de licença-gestante e licença-saúde. Como não há o cadastro de reserva para os casos de óbito e demissões, hoje nós temos essa possibilidade do professor substituto”, disse a reitora.
Questionada sobre se pretende ingressar na justiça para que os estudantes desocupem o prédio, a reitora diz que não vê necessidade, já que o movimento é pacífico. “Não cogitei essa possibilidade porque é um movimento extremamente pacífico. Estou acompanhando de perto e não há risco nenhum. Nosso maior patrimônio são os alunos”, concluiu Arisa.
O último concurso para a contratação de professores para a UERGS foi realizado em 2014 e tem validade até julho de 2018. Quando esse concurso vencer, se o governo quiser contratar professores efetivos, precisará realizar uma nova seleção.