Cerca de 250 pessoas se despedem de policial morto em assalto em Porto Alegre

Elton Martins Bangel, 52 anos, foi enterrado neste domingo, no cemitério Jardim da Paz | Foto: Guilherme Almeida / Correio do Povo

Elton Martins Bangel, 52 anos, foi enterrado neste domingo, no cemitério Jardim da Paz | Foto: Guilherme Almeida / Correio do Povo
Elton Martins Bangel, 52 anos, foi enterrado neste domingo, no cemitério Jardim da Paz | Foto: Guilherme Almeida / Correio do Povo

Cerca de 250 pessoas participaram, na manhã deste domingo, do enterro do policial aposentado e professor de matemática Elton Martins Bangel, 52 anos, no cemitério Jardim da Paz. Além da família e amigos, dezenas de policiais civis prestaram uma última homenagem ao ex-colega que foi morto durante um assalto na manhã de sábado, no estacionamento de uma loja na avenida Assis Brasil. A vítima deixou a esposa, dois filhos, um enteado, a mãe, três irmãs e 15 sobrinhos.
Chefe da Polícia Civil, Emerson Wendt afirmou que Bangel representava muito bem o que os policiais chamam de “espírito de corpo” da Polícia Civil. “Trabalhou arduamente contra o crime, contra facções criminosas. É uma lógica cruel da vida policial: trabalhar a vida inteira contra o crime e, ao final, depois de uma merecida aposentadoria, ser vítima desse crime”, lamentou. Ele ainda ressaltou que os ex-colegas da vítima darão uma resposta adequada, e dentro da lei, para este tipo de criminalidade. “Ao que tudo indica foi um latrocínio. Pela mecânica do crime, que ainda não está totalmente clara. As imagens não pegam o todo, principalmente o ato de execução. Pelo que se percebe eles (criminosos) estavam naquele ambiente comercial para buscar valores e bens pra capitalizar o crime”, disse Wendt.
O chefe da PC também destacou que “a lógica acabou sendo cruel” ao lembrar das melhoras nos números relacionados ao latrocínio no Estado. “Se a gente verificar nós tivemos, em Porto Alegre, uma redução de mais de 60% dos casos de latrocínio. Ou seja, os trabalhos foram efetivos na diminuição destes casos. Infelizmente, os últimos 20 anos nos diz que, talvez, a gente não consiga erradicar esse tipo de delito, mas a gente pode trabalhar arduamente para que sempre haja uma diminuição”, argumentou Wendt.
O delegado Eduardo de Oliveira César, que foi colega de Bangel, também lamentou a sua morte. “Ele trabalhou comigo na Delegacia de Homicídios e no Deic. Era um excelente policial. Uma pessoa muito correta. Um policial muito experiente e preparado para qualquer ação. É uma grande perda para a população. Esperamos que a família seja confortada”, comentou.
Da mesma forma, o presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil do RS (Ugeirm/Sindicato), Isaac Ortiz, demonstrou indignação com a perda. “Ele estava vivendo a melhor fase da vida dele. Estava lecionando. É mais uma vítima dessa violência desenfreada no nosso Estado”, salientou Ortiz. Ele também frisou que o caso demonstra a falência da segurança pública no Estado. “Será que a segurança pública é só midiática? Daquela que, quando precisa fazer um grande julgamento em Porto Alegre, se coloca milhares e milhares de policiais. Parece um bando de palhaços com aquele crco que foi montado em volta daquele tribunal. E quando se precisa de segurança pública não tem. Temos que ter uma política de segurança que proteja o cidadão comum. Esse precisa ser protegido”, disse.
Durante o deslocamento do caixão, da capela até o local do enterro, todos bateram palmas em homenagem ao policial aposentado e professor de matemática. A homenagem se repetiu mais duas vezes durante o enterro, enquanto as sirenes das viaturas da PC foram acionadas.