"Continuamos nossa programação normal", garante presidente do PT gaúcho sobre atos pró-Lula

O deputado federal Pepe Vargas (PT) afirmou hoje que a programação organizada para o dia 24 de janeiro, quando o TRF4 julga o ex-presidente Lula em segunda instância não vai mudar. A afirmativa vem após a polêmica gerada a partir do pedido do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr, da presença do Exército na Capital no dia do julgamento. Marchezan criticou que “líderes políticos” estejam convocando “uma invasão a Porto Alegre”.
Para Vargas, “esse factoide” durou “meia dúzia de horas”, e o prefeito sai “totalmente desmoralizado”. De acordo com o petista, Marchezan “demonstrou desconhecimento ou oportunismo político, talvez os dois”. Ontem, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, deixou claro que solicitar a presença das Forças Armadas é prerrogativa dos governadores, e não dos prefeitos. Mais cedo, o secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer, também se pronunciou no mesmo sentido, garantindo que um trabalho conjunto para garantir a “tranquilidade e a democracia no dia 24” já está sendo efetuado.
“O que ele fez foi uma incitação à intolerância, e não contribui em nada para contribuir que as manifestações sejam tranquilas”, completou Vargas. “Nós continuamos convidando as pessoas para virem a Porto Alegre fazerem manifestações políticas pacíficas, que vai expressar nossa indignação perante um processo onde não há um crime, e a tentativa de condenar uma pessoa que não cometeu um crime unicamente para afastá-lo da disputa presidencial de 2018”, disse ainda o líder petista. “É um direito constitucional a liberdade de manifestação, ninguém tem o poder de pisar em cima da Constituição”, c0mpleta.
A programação organizada pelos apoiadores de Lula abre já no dia 22, com um seminário internacional  de partidos e organizações democráticas de esquerda, e também com um seminário de juristas pela democracia. No dia 23, ocorre um encontro de mulheres pela democracia e também de representantes do Fórum Social Mundial. Para o fim do dia, é prevista caminhada até o ponto de encontro, onde os manifestantes farão uma vigília.
Esse local ainda não está definido, bem como ainda há incerteza acerca do número total de manifestantes aguardados para o evento. Se sabe, porém, que caravanas do interior e de outros estados já começaram a se organizar. Manifestações no dia do julgamento também estão previstas para outras cidades pelo Brasil.
Julgamento
Sobre a organização dos manifestantes na cidade, a Justiça proibiu a montagem de acampamento junto ao Parque da Harmonia (que fica em frente ao prédio do TFR4) e determinou que a segurança na região seja reforçada. Não há, ainda, uma estimativa de quantas pessoas devem chegar à Capital para o julgamento.
Lula foi condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba, a 9 anos e seis meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se for condenado pelo TRF4, pode ir para a prisão e, em princípio, se torna inelegível.