O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre está elaborando uma contraproposta de reajuste salarial para apresentar, no início da próxima semana, ao Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa). A categoria destacou que não vai aceitar a proposta para aumento de 1% sobre os salários vigentes, vale-alimentação e subsídio do plano de saúde, oferecida pela patronal aos trabalhadores nessa quarta-feira (03). Segundo os rodoviários esse valor será desconsiderado pois fica abaixo do esperado pela categoria.
Conforme o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Sandro Abbade os trabalhadores querem 5% de aumento real nos salários, além de acréscimo no valor do vale-alimentação e garantia da manutenção dos cobradores atuando na prestação do serviço. “Nós recebemos a proposta de reajuste mas que fica muito abaixo do que esperamos. Então nós vamos desconsiderar essa proposta e pedimos uma nova reunião onde nós vamos levar uma contraproposta. Nós queremos um ganho real. Estamos pedindo a inflação mais alguma coisa que feche 5% de aumento e também aumento considerável no vale alimentação. Além de outras cláusulas como a garantia da permanência do cobrador”, afirma.
Os rodoviários esperam receber retorno da contraproposta ainda na semana que vem. Depois disso, será agendada uma assembleia com a categoria. Ainda segundo Abbade, as negociações estão apenas começando, mas não está descartada a realização de protestos dependendo do posicionamento das empresas. “Se não houver sinalização positiva da patronal em relação ao dissídio naturalmente nós teremos que fazer protestos. Mas uma coisa que a gente promete e não vai fazer é criar a expectativa na cabeça do trabalhador e parar portão de garagem. Não é porque o sindicato não quer parar o portão de garagem, mas sim porque o próprio trabalhador tem receio de fazer esse tipo de paralisação e estar no outro dia na rua”, ressalta.
Abbade lembra ainda que no último protesto realizado pela categoria na Avenida Osvaldo Aranha, no final do ano, muitas críticas foram recebidas pela categoria. Na ocasião, o manifesto era em decorrência do atraso no pagamento do 13º salário.
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) alega que houve queda de quase 11% no número de passageiros em 2017, no comparativo com 2016. O advogado do Seopa, Alceu Machado, destacou que as empresas acumularam prejuízo de R$ 127,1 milhões entre fevereiro de 2016 e novembro de 2017.
A data-base do dissídio dos rodoviários é 1º de fevereiro.