Polícia Civil e Brigada Militar deflagram, na manhã desta quinta-feira, a Operação Truck Hunters, que visa o desmantelamento de uma das organizações criminosas especializadas em furto de caminhões do Rio Grande do Sul. Vinte pessoas foram presas.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCOR), ambas do DEIC, contou com a participação da Agência Regional de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano da Brigada Militar.
Ao todo, serão cumpridos 28 mandados de prisão preventiva e 54 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Estado, atingindo uma organização criminosa que aterrorizou caminhoneiros gaúchos e empresários do ramo de transporte e logística por mais de dois anos com um esquema que combinava furtos qualificados, extorsão sistemática das vítimas e operação de desmanche em escala industrial.
Os mandados serão cumpridos simultaneamente em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Viamão, Gravataí, Canoas, Guaíba, Porto Alegre, Capão da Canoa, Tramandaí, Portão, Alvorada, Sapucaia do Sul, Mariana Pimentel, Santa Maria e outras cidades, além de estabelecimentos prisionais onde alguns dos líderes já se encontravam custodiados.
A complexa investigação teve início em 15 de setembro de 2023, quando uma denúncia anônima levou policiais militares do 18º BPM a um galpão aparentemente abandonado na Estrada João de Oliveira Remião, em Viamão. Ao chegarem ao local por volta das 10h da manhã, os policiais encontraram a porta entreaberta e, ao observarem o interior, flagraram três homens em plena atividade criminosa, desmanchando um caminhão.
A organização criminosa funcionava como uma verdadeira empresa do crime, com departamentos especializados, hierarquia rígida e procedimentos operacionais padronizados que permitiam furtar, extorquir e desmanchar caminhões com eficiência industrial.
Dentre os principais integrantes da ORCRIM, estava R.O.S., de 45 anos, com impressionantes 15 passagens criminais anteriores, considerado o cérebro por trás de todo o sistema. Ele coordenava desde a identificação dos alvos até a venda final das peças, além de fabricar pessoalmente as sofisticadas “chaves micha” – chaves mestras capazes de ligar qualquer caminhão – que eram distribuídas para os executores.
Outro preso na ação é N.S.B., com 19 antecedentes por furto qualificado, funcionava como o braço operacional da liderança. Era ele quem tomava as decisões táticas mais sensíveis, decidia sobre a compra de equipamentos e supervisionava as operações de campo.
Completando o alto escalão, I.R.L assumia o papel de controlador financeiro, gerenciando os pagamentos aos executores e as transações que sustentavam toda a operação. Era ele quem decidia quanto cada criminoso receberia por serviço prestado e coordenava as movimentações bancárias necessárias para manter a organização funcionando.
Correio do Povo