
As vendas no setor de bares e restaurantes cresceram 0,7% em novembro, segundo dados do Índice Abrasel-Stone, relatório mensal divulgado pela Stone, principal parceira do empreendedor brasileiro, em parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes). Com relação ao mesmo período do ano passado, as vendas apresentaram queda de 2,4%.
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “diante do aumento de custos, o setor fez uma opção necessária: ajustar preços. Com isso, os bares e restaurantes registram cerca de 8% de inflação nos últimos 12 meses, acima do índice médio do país. Sabíamos da dificuldade de repassar o aumento de custos ao consumidor e, portanto, do impacto no faturamento. Ainda assim, essa escolha foi importante. Por exemplo, de setembro para cá, 27% das empresas operam com prejuízo e em outubro esse percentual caiu para 20%. Em síntese, foi uma decisão para recuperar a margem e melhorar o resultado, mesmo sacrificando um pouco as vendas”, explica.
Já para Guilherme Freitas, economista e pesquisador da Stone, o desempenho de novembro indica a continuidade de uma recuperação gradual no setor de bares e restaurantes. “A alta mostra que o consumo segue reagindo de forma lenta, mas consistente. Ainda assim, o setor permanece operando abaixo do nível de 2024, refletindo um ambiente de restrição de renda. O elevado comprometimento das famílias com o serviço da dívida, que atingiu patamar recorde, segue limitando o consumo, especialmente em um contexto em que a inflação da alimentação fora do domicílio continua alta. Mesmo com a desaceleração da inflação geral, esse encarecimento relativo mantém a demanda por refeições e bebidas fora de casa pressionada, impedindo uma recuperação mais robusta”, analisa.
Análise regional e anual
Dos 24 estados contemplados pelo levantamento, apenas sete apresentaram crescimento nas vendas de bares e restaurantes na comparação anual: Pará (2,7%), Goiás (1,3%), Espírito Santo e Rio Grande do Norte (1%), Sergipe (0,9%), Amazonas (0,4%) e Tocantins (0,3%).
Já entre os estados com desempenho negativo, as quedas foram observadas no Maranhão (6,9%), Pernambuco (5,4%), Roraima (5%), Santa Catarina (4,8%), Mato Grosso do Sul (4,2%), Bahia (3,9%), Rio Grande do Sul (3,8%), Piauí (3,4%), Minas Gerais (3,3%), Ceará (2,9%), Mato Grosso (2,6%), Rio de Janeiro (2,5%), São Paulo (2,2%), Paraíba e Paraná (2%), Alagoas (1,3%) e Rondônia (0,4%).