
O PT gaúcho anunciou na manhã desta quarta-feira, 16, o fechamento de um amplo acordo para encerrar as disputas pelas presidências do partido no RS e na Capital, Porto Alegre. Como tanto na corrida estadual como na da Capital nenhum dos postulantes ao cargo havia obtido o número necessário de votos previsto nas regras partidárias para encerrar o embate, ambas teriam segundo turno no final de julho.
O acordo, contudo, acabou com as contendas e eliminou a realização de outro turno. Com a negociação, o deputado estadual Valdeci Oliveira vai comandar o PT gaúcho pelos próximos dois anos. Nos dois anos seguintes a presidência ficará com a deputada estadual Sofia Cavedon. Valdeci e Sofia foram, respectivamente, o mais votado e a segunda mais votada no primeiro turno. Ele obteve 47% dos votos e ela 20%. Além disto, Sofia será vice-presidente da legenda durante a presidência de Valdeci. E, na sequência, ele deverá ser vice da colega.
Em Porto Alegre, o PT seguirá o mesmo modelo de acordo estadual. Na Capital, a sigla também fará uma gestão compartilhada entre os dois primeiros colocados à presidência no primeiro turno das eleições internas. A diferença é que quem assume nos primeiros dois anos o comando é Rodrigo Dilelo, que ficou em segundo lugar na votação (25%). E, nos dois últimos, Helenir Oliveira, que obteve o maior número de votos no primeiro turno (36%).
Com a costura, diferentes grupos de maior influência dentro da legenda foram contemplados. Valdeci integra a corrente Socialismo em Construção (SoCo), a mesma do deputado federal Paulo Pimenta. Sofia é da Democracia Socialista (DS), ala a qual pertence também o presidente da Assembleia Legislativa, Pepe Vargas. Dilelo é da Avante, mesma tendência da deputada federal Maria do Rosário. Helenir integra os quadros da Construindo um Novo Brasil (CNB), ala do presidente Lula, que domina o comando nacional e a qual pertence a deputada federal Denise Pessôa.
Os novos presidentes assumem os postos até 15 de setembro. Conforme Valdeci, desde agora os novos dirigentes passarão a procurar por lideranças de outras siglas, com vistas a fechar alianças para 2026. Além do PSol, o deputado citou nominalmente PSB e PDT, que hoje estão na base do governo de Eduardo Leite (PSD). “Há setores que estão em disputa e nós vamos disputá-los. Este é o centro da estratégia que temos q adotar e nossa principal tarefa até o final deste ano”, adiantou.
Segundo Sofia, o novo comando vai procurar o diálogo tanto com direções como com bases partidárias de diferentes legendas. Ambos afirmaram que a definição dos nomes da chapa majoritária a ser composta pela sigla no RS deve ocorrer até o final do ano.
Fonte: Flávia Bemfica/Correio do Povo