
É novembro, e a praça que já foi rio hoje abriga um mar imenso de livros. Formam-se vielas entre os estandes dos livreiros e as bancas dos artesãos que, da Alfândega, já fizeram casa. As histórias que ali existem não são apenas as dos personagens que as páginas abrigam, mas também as daqueles que optaram por viver delas, ou melhor, vendendo-as.
Olhando para o pretérito daquela praça, há quem ainda sinta a dor que inundou um Estado inteiro, tal qual nas tragédias clássicas que só os autores mais astutos tiveram coragem de criar. Refletindo o presente, é para as crianças que miramos — preenchidas de fascínio ao perceberem os universos inimagináveis que podem conhecer. É nelas que o futuro é plantado, como uma semente delicadamente inserida na terra, da qual torcemos para que cresça feliz e forte.
Fonte: João Felipe Rosales / Especial Oficina de Jornalismo