
Começa nesta terça-feira o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF). Os integrantes do chamado núcleo crucial da trama golpista estão sendo acusados, sobretudo, pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O processo deve ser analisado pela Primeira Turma do Corte no decorrer de oito sessões, distribuídas nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Ao todo, o caso está dividido em cinco núcleos, e teve 34 denunciados.
Conheça os oito réus do núcleo 1:
Jair Bolsonaro
Ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro está sendo acusado por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele seria o “principal articulador e maior beneficiário” das ações para tentar implantar um golpe de Estado no país. Além disso, Bolsonaro teria atuado de forma coordenada para subverter e descredibilizar o processo eleitoral.
Alexandre Ramagem
Ele é deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem é acusado de usar a estrutura do órgão para fazer espionagem ilegal de desafetos/adversários do ex-presidente, estando à frente da chamada “Abin paralela”.
Segundo a denúncia, o parlamentar também era responsável por disseminar informações falsas e ataques virtuais, além de ter fornecido a Jair Bolsonaro material que incentivasse o ataque às urnas eletrônicas.
Almir Garnier
Almir Garnier Santos é almirante de esquadra e ex-comandante da Marinha (durante o governo Bolsonaro). Ele teria sido o único comandante das Forças Armadas a concordar com o plano golpista, segundo a acusação da PGR. Mensagens trocadas entre os réus provariam a adesão de Garnier.
Anderson Torres
Anderson Torres foi ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro e secretário de Segurança do Distrito Federal — inclusive durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. Na casa dele, foi encontrada a minuta golpista.
Torres teria participado de reuniões importantes para o planejamento do golpe de Estado. Além disso, em 2021, ele participou de uma transmissão ao vivo ao lado de Bolsonaro na qual colocou em dúvida a confiabilidade do sistema eleitoral.
Augusto Heleno
Segundo a denúncia da PGR, Heleno forneceria “auxílio direto” a Jair Bolsonaro no ataque às urnas e no planejamento golpista. Ele foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo do ex-presidente. A acusação da PGR ainda aponta que Heleno seria responsável por comandar um gabinete de gestão de crise após a consumação do golpe.
Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid é responsável pela delação premiada da trama golpista. Em depoimento prestado ao STF em junho, Cid confirmou que o ex-presidente discutiu e revisou a minuta que decretava estado de sítio para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Paulo Sérgio Nogueira
General da reserva, Paulo Sérgio Nogueira foi ministro da Defesa no último ano do governo Bolsonaro. De acordo com gravação encontrada pela Polícia Federal (PF), Nogueira teria instigado “a ideia da intervenção das Forças Armadas no processo eleitoral”.
O ex-ministro também teria estado presente nas reuniões em que Bolsonaro apresentou a minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas. Ele teria intermediado a convocação para o encontro a pedido do ex-presidente e participado ativamente da confecção do documento.
Walter Braga Netto
Walter Braga Netto é general da reserva e foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro. Ele foi ainda candidato a vice junto do ex-presidente nas eleições de 2022. O militar teria trabalhado para produzir desconfiança no processo eleitoral, além de supostamente ser peça chave no planejamento financeiro do golpe.
Segundo a PGR, Braga Netto mantinha contato com os manifestantes acampados em frente a quartéis e atuou para pressionar os comandantes do Exército e da Aeronáutica após estes se oporem ao golpe. Ele foi preso preventivamente em dezembro de 2024.
Fonte: Correio do Povo