
Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta segunda-feira (6), que o presidente dos EUA, Donald Trump, retire a sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e as medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras. O contato entre os líderes ocorreu por ligação nessa manhã, no Palácio do Alvorada, com a presença dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O governo brasileiro avaliou como positiva a conversa e, segundo nota da Secretaria de Comunicação do governo, os presidentes “relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU”. “Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.”
“O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras”, diz texto.
Próximos passos
Segundo a nota do governo, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos”, informa.
Além disso, os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação.
Expectativa da ligação
O contato era esperado desde a semana passada, mas foi adiado devido a agenda dos dois mandatários.
A princípio, um diálogo entre os líderes — possivelmente virtual ou por telefone — ocorreria até a última sexta-feira (3).
Ainda assim, mesmo com essa primeira conversa oficial, um encontro presencial entre os dois não é descartado.
Ambos os presidentes vão ter ao menos duas possibilidades para uma reunião em território “neutro” — nem no Brasil, nem nos EUA.
Em 13 de outubro, eles devem estar em Roma, na Itália, para um evento da FAO, o braço da ONU para agricultura e alimentação. Dez dias depois, há previsão de participação dos presidentes em cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático, na sigla em inglês), em Kuala Lumpur, na Malásia.
O governo brasileiro está disposto a marcar um encontro oficial, mas ainda depende de uma posição da Casa Branca.
‘Excelente química’
Durante a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York (EUA), Lula e Trump “esbarraram-se” nos corredores. Após o breve contato, o americano informou que uma conversa entre os dois ocorreria ainda nesta semana.
“Eu o vi, ele me viu e nós nos abraçamos”, comentou Trump. “Nós concordamos que nos encontraremos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos”, declarou.
“Ele me parece um homem muito agradável. Ele gostou de mim, eu gostei dele. E eu só faço negócios com pessoas que eu gosto. Tivemos, ao menos por 39 segundos, uma excelente química. É um bom sinal. Sem a gente [EUA], eles [Brasil] vão falhar, assim como outras nações”, discursou Trump.
* Atualizada às 12h15
Fonte: R7