
No dia em que as tarifas dos Estados Unidos de 50% sobre produtos brasileiros entram em vigor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou sobre o governo federal está tratando a questão que agora virou uma realidade. Para ele, é preciso focar no diálogo com os americanos para vencer o assunto de maneira pacífica.
“O governo do presidente Lula vai agir no sentido de garantir a soberania nacional. Queremos superar esse desentendimento provocado pela extrema direita brasileira. Até 10% de taxação já achávamos que era inadequado porque a América do Sul é deficitária em relação aos Estados Unidos. Além disso, somos um bloco econômico e não podemos ser tratados de maneira diferente de outros países daqui, como Argentina, Paraguai”, afirmou Haddad.
O ministro brasileiro comentou que terá uma reunião com o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na quarta-feira da semana que vem. “Temos de normalizar as relações com bons argumentos. Os nossos estados estão sendo afetados, então os governadores que têm uma relação com a extrema direita precisam fazer valer os interesses das suas localidades, não adianta se esconder. Vamos receber todos, mas é preciso fazer gestão. Vamos discutir política, até porque o nosso País é um dos mais democráticos do mundo. Não tem cabimento essa situação”, frisou Haddad.
Diante do conjunto de problemas, ensejado pela situação do ex-presidente Jair Bolsonaro e pela interpretação do presidente dos EUA, Donald Trump, de que o político brasileiro está sendo perseguido pelo sistema judicial, Haddad acredita que é necessário acalmar os ânimos e separar as discussões. “A discussão política sobre direitos humanos nos interessa. Nós defendemos isso em todos os âmbitos, está na essência do nosso DNA. Estamos na arena que nós gostamos, mas é preciso separar as coisas. É necessário que o empresariado passe a mão no telefone e ligue para aqueles que querem prejudicar o País”, avisou.
Sem citar Eduardo Bolsonaro, Haddad comentou o papel do deputado federal na intenção de prejudicar o Brasil. “Quando um dos representantes da extrema direita anuncia que vai trabalhar para prejudicar o País, isso é a notícia do dia e aí fica difícil de entender para onde vamos. O Brasil é a única nação que tem uma força interna em Washington trabalhando contra a própria pátria”, ponderou.
Fonte: Correio do Povo