
Após a operação da PF (Polícia Federal) deflagrada nesta sexta-feira (19), que investiga desvios de cotas parlamentares pelos deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), o líder do PL na Câmara usou a estratégia de atacar o filho do presidente Lula e a mulher do ministro Alexandre de Moraes para se defender.
O parlamentar afirmou que o presidente da República blinda o filho, Lulinha, das investigações da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito).
“O vice-líder do Senado [do governo, Senador Weverton Rocha] deve explicação ao povo brasileiro. Lula diz que pode investigar o filho, mas fica blindando a convocação na CPMI de um filho suspeito de receber R$ 300 mil de mesada por mês. Ninguém deles coloca a cara para vir dar explicações à opinião pública como eu estou fazendo”, afirmou.
Sóstenes citou Weverton Rocha porque o senador foi alvo, nesta semana, de uma operação que investiga fraudes no INSS.
Já sobre o caso de Lulinha, nessa quinta-feira (18), em café com jornalistas, o presidente da República afirmou que, se o filho dele estiver envolvido nas fraudes contra aposentados e pensionistas, será investigado e pagará por isso.
Sóstenes ainda negou as acusações sobre supostos desvios de recursos das cotas parlamentares. Na fala, o parlamentar admitiu que o contrato de aluguel de veículos está “abaixo do preço de mercado”, mas rechaçou fraudes.
O líder do PL também garantiu que os quase R$ 500 mil encontrados em sacos de lixo em sua casa são lícitos e provenientes da venda de um imóvel. “Dinheiro de corrupção não aparece lacrado. Quem quer viver de dinheiro de corrupção bota em outro lugar. Vendi um imóvel, o imóvel me foi pago com dinheiro lícito, lacrado”, afirmou.
Moraes
Sóstenes Cavalcante ainda mencionou a esposa do ministro do STF, Alexandre de Moraes, para sustentar sua defesa. “Fico impressionado como a Polícia Federal não quer investigar a esposa de um ministro do Supremo que tem contrato com banqueiro de R$ 129 milhões. Isso a PF não quer investigar. Será por quê? Por que é esposa do ministro Alexandre de Moraes?”, questionou.
O líder do PL se refere ao contrato da esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, com o Banco Master, alvo de operação da PF em novembro.
Entenda
Sóstenes e Jordy são suspeitos de lavar dinheiro em locação de veículos com duas empresas que atuariam de fachada. Segundo apuração exclusiva do R7 Planalto, desde 2023, os dois movimentaram mais de R$ 250 mil nas empresas citadas em relatório da PF com o uso de cotas parlamentares.
Nesta sexta-feira, em suas redes sociais, o deputado Carlos Jordy classificou a ação da PF como “perseguição implacável”.
Fonte: R7