
A maioria dos trabalhadores parece estar satisfeita com seu trabalho, com as parcelas “muito satisfeito” e “satisfeito”, somando 75,2% do total de entrevistados. Apenas 7,5% responderam “muito insatisfeitos” e “insatisfeitos”. É o que mostra a nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE) que, a partir de julho de 2025, passa a divulgar mensalmente indicadores sobre a qualidade do emprego no país. Os dados serão da Sondagem de Mercado de Trabalho (SMT).
Os respondentes que se mostraram insatisfeitos, em qualquer grau, listaram os motivos da insatisfação. O principal motivo citado pelos respondentes foi a questão de remuneração. Mais da metade, 50,5%, afirmaram que a remuneração baixa é o principal problema. Nesse quesito os respondentes poderiam citar mais de uma opção, por isso as opções somam mais de 100%. Os dois outros fatores citados com mais relevância foram: carga horária elevada (21,9%) e saúde mental (18,7%).
“Os resultados encontrados no primeiro levantamento vão ao encontro do cenário atual do mercado de trabalho. Com taxas de desocupação próximas do mínimo histórico, o aquecimento observado se reflete na satisfação dos trabalhadores. A grande maioria se mostra satisfeita com seu trabalho no momento, o que indica que, além das vagas geradas, os trabalhadores têm conseguido buscar vagas de maior qualidade e que trazem mais satisfação. A remuneração baixa, carga horária elevada e saúde mental ainda são pontos de alerta para aumentar essa percepção favorável”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
INDICADORES
Os novos indicadores buscam complementar as informações existentes sobre o tema com dados exclusivos, derivados, principalmente, da percepção do trabalhador brasileiro sobre as condições de trabalho no momento. São consultadas pessoas de todos território nacional, em idade para trabalhar, e que respondem sobre seis diferentes temas. Os temas escolhidos foram Satisfação com trabalho; Chance de perder emprego e/ou fonte de renda; Proteção social; Renda suficiente; Percepção geral sobre o mercado de trabalho; e expectativa para os próximos 6 meses do mercado de trabalho em geral.
Como a coleta de informações começou em 2025, ainda não é possível fazer comparações históricas e analisar o nível dos indicadores. Por esse motivo, os primeiros relatórios serão dedicados a explicar melhor os temas escolhidos e em detalhar o(s) quesito(s) que fazem parte deste grupo. Em cada um dos próximos seis meses, o FGV IBRE destacará um tema específico em seus relatórios mensais da pesquisa.