
A quinta edição dos Indicadores de Qualidade do Trabalho da Sondagem de Mercado de Trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV\Ibre), divulgado nesta sexta-feira, 14, aborda o tema da percepção sobre a renda nos últimos 3 meses. Nesse tema, os respondentes são consultados a dar sua percepção sobre como tem evoluído sua renda, se ela é suficiente para pagar as contas essenciais e depois apontam quais são as 3 maiores despesas nesse período.
O resultado, com dados do trimestre findo em outubro de 2025, mostra que a maior parte dos respondentes (70,1%) afirma conseguir pagar suas contas essenciais nos últimos 3 meses com a renda auferida no período de referência. Esse resultado é o melhor observado entre as 5 observações coletadas até então.
Em seguida, os respondentes foram convidados a apontar quais foram as 3 maiores despesas que mais impactam no orçamento da família. Para 73,9% dos respondentes, a parte da alimentação é a que mais pesa no orçamento, em seguida, duas opções registram quase um empate técnico: aluguel ou financiamento com moradia (43,1%) e contas de serviços públicos (41,2%), que considera água, eletricidade e outras. Também foram citadas por mais de 20% dos respondentes as opções despesas médias e com saúde, e dívidas em geral.
“A evolução favorável do mercado de trabalho nos últimos meses tem indicado não só uma melhora na geração de vagas, mas também um aumento da renda média. Essa elevação salarial parece se refletir no indicador de percepção sobre a renda, que mostra uma ampla maioria conseguindo pagar suas despesas essenciais. Ao observar as principais despesas do período, chama atenção o peso da alimentação. Com um cenário inflacionário menos pressionado recentemente, esse alívio pode ter contribuído para melhorar a percepção geral sobre a renda. Por outro lado, destaca-se o fato de que mais de 20% das pessoas apontam as dívidas como uma das despesas mais relevantes no orçamento. Para os próximos meses, diante da expectativa de desaceleração da economia e do mercado de trabalho, não é esperado que os indicadores de percepção sobre a renda mantenham o ritmo de melhora observado até aqui.”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.