
A quarta edição dos Indicadores de Qualidade do Trabalho da Sondagem de Mercado de Trabalho aborda o tema da percepção e expectativas sobre o mercado de trabalho brasileiro. Nele, os respondentes são consultados a dar sua percepção sobre como está conseguir um trabalho no momento e quais as expectativas para os próximos meses. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV\Ibre).
O resultado, com dados do trimestre findo em setembro de 2025, mostra que a maior parte dos respondentes (42,4%) afirma estar difícil conseguir um trabalho no país no momento, enquanto 22,7% afirmam estar normal. O percentual de pessoas com a percepção que está fácil conseguir trabalho ficou em 17,9%.
Em seguida, quando consultados sobre como deve ficar o mercado de trabalho nos próximos 6 meses, as maiores parcelas de respostas se concentraram nos grupos que acreditam que deve piorar (33,3%) ou ficar estável (32,2%). Essa é a primeira vez que a parcela negativa é a mais citada, nesses quatro meses de coleta de dados, iniciada em junho de 2025. Os respondentes que acreditam que o mercado de trabalho deve melhorar ou melhorar muito representam 28,5%. Os 6,0% restantes são de pessoas acreditam que deve piorar muito.
“Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, com mínimas da taxa de desocupação, a maior parte dos respondentes mostra algum grau de dificuldade para conseguir trabalho. Para os próximos meses, a expectativa de desaceleração da atividade econômica parece já dar sinais, com o maior percentual de respondentes registrando que o mercado de trabalho deve piorar. Além do ambiente macroeconômico desafiador, a alta base de comparação também contribui para esse volume maior de respostas. Mesmo assim, ainda é observado um número significativo de pessoas acreditando na estabilidade, o que pode ser visto como um sinal positivo, dado o bom momento do mercado de trabalho atual”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
Como a coleta de informações começou em 2025, ainda não é possível fazer comparações históricas e analisar o nível dos indicadores. Por esse motivo, os primeiros relatórios serão dedicados a explicar os temas escolhidos e em detalhar o(s) quesito(s) que fazem parte deste grupo. Em cada relatório dos próximos meses, o FGV IBRE destacará um tema específico em seus relatórios mensais da pesquisa. Nas tabelas finais são apresentados os resultados de todos os quesitos.