O total de dinheiro esquecido em instituições financeiras e bancos para ser resgatado pelos consumidores ultrapassou os R$ 10 bilhões. O SVR (Sistema de Valores a Receber), do Banco Central, atualizou nesta terça-feira, 8, o valor para devolução em R$ 10,15 bilhões. Até o fim de maio, o sistema devolveu R$ 10,69 bilhões, de um total de R$ 20,84 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
Em relação ao número de beneficiários, 31,3 milhões de correntistas haviam resgatado valores. Por outro lado, 48,1 milhões de beneficiários, entre pessoas físicas e jurídicas, ainda não sacaram seus recursos. Segundo o Banco Central, o Sistema de Valores a Receber é aberto, e, por isso, novos valores podem ser incluídos mensalmente por instituições financeiras. A consulta e o pedido de resgate podem ser feitos a qualquer tempo. Os valores não resgatados permanecem guardados nas instituições financeiras. Os valores divulgados se referem ao mês de maio.
Total de valores a receber por tipo de instituição (R$)
- Bancos – R$ 5,73 bilhões;
- Administradora de consórcio – R$ 3,06 bilhões;
- Cooperativas – R$ 741,8 milhões;
- Instituições de pagamento – R$ 412,7 milhões;
- Financeiras – R$ 178,4 milhões;
- Corretoras e distribuidoras – R$ 9,68 milhões;
- Outros – R$ 3,69 milhões.
Quantidade de beneficiários por faixa de valores a receber
- Entre R$ 0 e R$ 10 – 34,7 milhões
- Entre R$ 10,01 e R$ 100 – 13,8 milhões
- Entre R$ 100,01 e R$ 1.000 – 5,6 milhões
- Acima de R$ 1.000,01 – 1,04 milhão
Segundo o Banco Central, o beneficiário com valores a receber em mais de uma faixa é contado mais de uma vez. Por isso, nesse painel, o número de pessoas com dinheiro a receber é maior do que o informado pelo BC.
RESGATE
O SVR é um serviço do BC no qual o cidadão pode consultar se ele próprio, sua empresa ou pessoa falecida tem dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição. Para ter acesso a recursos de pessoas falecidas é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem, com a atualização de novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro. Apesar da transferência ao Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas pelo BC.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Os saques por meio do sistema do BC foram interrompidos após a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional.
O repasse ao Tesouro ocorreu para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de R$ 9,7 bilhões vão compor os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício, mas a decisão caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal), que julgará uma ação que questiona a constitucionalidade da devolução ao Tesouro.
Para consultar se tem valores a receber, basta acessar o sistema no site do Banco Central (www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber) e preencher os campos com o CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
O SVR engloba valores disponíveis:
- em contas corrente ou poupança encerradas;
- cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- tarifas cobradas indevidamente;
- parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas; e
- outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.