
Com o objetivo de garantir mais recursos, estabilidade e pagamento regular aos médicos, além de ampliar o atendimento, oferecendo serviços mais qualificados à população dos mais de 150 municípios referenciados que necessitam de assistência, o Sindicato Médicos do Rio Grande do Sul (Simers) iniciou uma mobilização para fortalecer a proposta de federalização do Hospital (HU) de Canoas.
O presidente da entidade, Marcelo Matias, defende que o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) assuma a gestão do HU e garante que a mudança traria benefícios para todos os envolvidos. Tanto para os médicos, que estão com salários em atraso; os gestores, que teriam a rede municipal desafogada; e os pacientes, que poderiam contar com um atendimento mais estruturado. “Todos ganharão em saúde”, resumiu Matias.
Matias reforça que a proposta de federalização possibilita a Prefeitura realocar os recursos hoje destinados ao HU para outras estruturas da rede municipal, ampliando a capacidade assistencial da região metropolitana.
A articulação acontece em diversas instâncias, como Ministério Público, Câmara dos Deputados, Senado e Assembleia Legislativa. Na semana passada, reuniões foram realizadas com a Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e com a Secretaria Estadual da Saúde no intuito de auxiliar no enfrentamento da crise na saúde em Canoas, viabilizando a assistência médica na região.
O QUE DIZEM A GESTORA DO HU E PREFEITURA DE CANOAS
Em nota, a Associação Saúde em Movimento (ASM), gestora do Hospital Universitário de Canoas, informou que não há tratativas em andamento para federalização da instituição de saúde.
“Enquanto entidades de classe sem compromisso com a solução para as dificuldades de financiamento da Saúde espalham fake news e criam instabilidade para o trabalho assistencial à comunidade, a ASM reforça sua atuação no sentido contrário: a busca de novos recursos para sustentabilidade do sistema de Saúde metropolitano. Entidades que dizem estar preocupadas com a saúde pública, mas apenas disputam espaço na mídia com críticas desconstrutivas, que não contribuem para a solução dos problemas mas apenas intensificam sua negatividade num momento em que se requer união de esforços e proatividade acabam por cansar a paciência do cidadão. Ao fim e ao cabo, é ele quem sofre quando o sistema de Saúde não dá a resposta necessária e efetiva.”
Por fim, a ASM se colocou à disposição para construir soluções dialogadas e reafirmou o compromisso com a saúde das pessoas, refutando narrativas equivocadas.
Por sua vez, a Prefeitura de Canoas informou que a federalização do Hospital Universitário de Canoas não está no âmbito dos esforços empregados pela gestão para recuperar a saúde de Canoas. A administração municipal considera que a raiz das dificuldades enfrentadas na saúde está no modelo de financiamento do sistema e vem trabalhando para que Canoas tenha os recursos e a estrutura necessária para a manutenção da assistência plena da população.
Fonte: Correio do Povo