
Com o objetivo de diagnosticar as principais causas da crise de superlotação das emergências hospitalares de Porto Alegre, o vereador Alexandre Bublitz, do PT, apresentou um Raio X da Saúde, na Câmara de Vereadores. O documento, de cinquenta e nove páginas, levanta questões sobre as condições de trabalho dos profissionais da área e obstáculos enfrentados pelos pacientes, além de sugestões para melhorias no segmento.
Conforme o vereador, para composição do relatório foram visitados nove serviços diferentes, entre eles, os pronto atendimentos Bom Jesus, Cruzeiro do Sul e Lomba do Pinheiro, realizadas sessenta e quatro entrevistas com profissionais e gestores, e ainda com cinquenta e sete usuários que aguardavam atendimento, entre os dias vinte e sete de maio e vinte e seis de junho.
De acordo com Bublitz, entre os principais pontos, foi diagnosticado o adoecimento dos profissionais que atuam na linha de frente, visto que são inúmeros os casos de crise de ansiedade, depressão e tentativas de suicídio. Além dos registros envolvendo profissionais da área, a demanda por saúde mental é latente em toda cidade. Segundo o relato dos gestores, esta é a terceira maior causa dos chamados atendidos pelo SAMU na Capital.
Em relação aos usuários, o vereador argumentou que são inúmeros os problemas sistêmicos, o que contribui para a superlotação nas emergências. Para ele, uma das soluções é investir na atenção primária, pois a maioria dos pacientes atendidos são classificados como verde e azul, portanto, casos de menor complexidade, que agravam o tempo de espera e dificultam o acolhimento de casos urgentes.
O vereador salientou que medidas pontuais, como a Operação Inverno e a construção de emergências, são fundamentais, mas não surtem efeito a longo prazo, pois não comportam as demandas dos trabalhadores e dos usuários. Bublitz reforçou que ao menos vinte e cinco propostas de melhorias foram elencadas no relatório, em busca de diálogo com representantes da Saúde municipal e estadual, e que uma reunião deve ser agendada nos próximos dias.