
Pioneira na produção de azeites de oliva extra virgem no Rio Grande do Sul, a Prosperato decidiu modificar os rótulos de seus produtos para trazer informações mais relevantes para a decisão de consumo. Dados sobre a safra, variedade da azeitona e data de envase já estão sendo destacados. De acordo com o mestre de lagar, profissional especializado na extração, e diretor da agroindústria, Rafael Silva Marchetti, a medida acompanha tendências internacionais do setor, especialmente europeu.
“Estamos ingressando em uma fase de mais maturação das informações sobre a construção de reputação do nosso azeite e do brasileiro como um todo”, explicou, na tarde desta quinta-feira, dia 4, na Expointer 2025.
Marchetti fundamenta que a medida segue padrões técnicos de produção e rotulagem e que a análise química, ou seja, a acidez, não é um critério principal de qualidade para a tomada de decisão do consumidor, mas sim a análise sensorial de amargor, picância e a rastreabilidade das azeitonas, por exemplo.
De acordo com Marchetti, a acidez é um dado relativo à quantidade de ácido oleico, que altera conforme a variedade das olivas. Trata-se de uma informação importante para a definição do preço pago na compra da azeitona, no momento da extração do azeite nos lagares. Indica há quanto tempo as mesmas foram colhidas, sendo uma medida química mas não de sabor. “Nos sentimos na obrigação de difundir esse conhecimento para as pessoas saberem como escolher seus produtos. Quando são feitos blends então de azeites faz menos sentido ainda (esse dado)”, acrescentou.
Marchetti reforçou que, ao contrário do vinho, o azeite de oliva extra virgem não tem que ser “envelhecido” para ser consumido.
“O azeite é o suco da azeitona por isso deve-se (comprar) sempre o (produto) mais fresco possível”, explicou.
Sobre o mercado consumidor, Marchetti, destacou que no Brasil são em torno de 100 milhões de litros de azeite de oliva vendidos por ano. A representação da produção nacional é ainda pequena nas gôndolas mas caracteriza-se pela qualidade ímpar. “Nos últimos dois anos houve uma queda na produção em virtude do clima, algo que foge ao nosso controle, mas seguimos empenhados em buscar novas tecnologias de manejo no campo e variedades (de azeitonas)”, pontuou. As condições climáticas na Europa também afetaram a produtividade em 2023 e 2024, o que reduziu os estoques mundiais e causaram aumento no valor do produto.
Para a próxima safra dos olivais da Prosperato, localizada em Barra do Ribeiro e Caçapava do Sul, a expectativa é promissora. “Tudo indica que será muito boa no ano que vem, com qualidade. Por enquanto, o clima tem sido favorável, houve muitas horas de frio (neste inverno)”, concluiu.
Fonte: Larissa Mamouna / Correio do Povo