
Nos últimos dois anos, o Rio Grande do Sul lidera o ranking dos estados em número de vítimas de feminicídio com medida protetiva de urgência ativa no momento do óbito. A informação consta na 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada nesta quinta-feira. O estudo é realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança desde 2007.
De acordo com o levantamento, em 2024, das 52 mulheres mortas no Brasil que tinham medida protetiva de urgência em vigor, 14 morreram no RS, o que corresponde a 27%. Já em 2023, de um total de 69 vítimas com a medida, 22 foram mortas em solo gaúcho, o equivalente a 32%. O documento, entretanto, traz uma ressalva: 11 unidades da federação não realizam esse levantamento.
Outro destaque negativo se refere ao descumprimento das medidas protetivas em geral, ou seja, inclui os casos que não necessariamente resultaram em feminicídios. Em 2024, em descumprimentos por 100 mil habitantes, o RS registrou a maior taxa do ano, com 106,1 casos, seguido de Santa Catarina (93,6) e Paraná (91,3).
Ainda no mesmo período, no total de medidas concedidas, o percentual de descumprimento no RS foi de 23,2%. O Estado ficou somente atrás de Santa Catarina, com 26,2% na proporção de descumprimentos.
No total de medidas concedidas em 2024 no Brasil, 18,3% foram descumpridas Vale destacar que o RS é o quarto estado com maior taxa de medidas protetivas, com 887,9 medidas concedidas para cada 100 mil mulheres. O dado é superior ao da média brasileira (566,0).
Também no ano passado, o RS somou 72 feminicídios, uma taxa de 1,2 para cada 100 mil mulheres. A média ainda é menor do que a nacional, com 1,4 casos a cada 100 mil mulheres, sendo o nono melhor número do indicador entre as 27 unidades da federação.
Fonte: Correio do Povo