
A dengue segue apresentando cenário de queda no Rio Grande do Sul. O estado registra, até o momento, 36.383 casos confirmados e 46 óbitos, de acordo com o painel de casos de dengue da Secretaria Estadual da Saúde (SES), mas desde a semana epidemiológica 21, quando foram registrados 2.056 casos confirmados, há uma queda pela metade a cada semana da taxa de incidência, com casos confirmados acumulados apresentando estabilidade. Porto Alegre, município que lidera os casos e óbitos, registra 16.165 casos confirmados e 22 mortes, seguido de municípios como Viamão, 6.288 casos confirmados; Alvorada, com 4.411 casos e Novo Hamburgo, com 2.801.
Roberta Vanacor Lenhardt, chefe da divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), observa queda consistente nos casos notificados a partir da semana epidemiológica 22. “A gente ainda segue nesse declínio, porém um pouco acima do limite superior endêmico em termo de número de casos notificados”, ressalta. Comparando o cenário deste ano com os últimos dois – 2024 e 2023, há um menor número de casos notificados e confirmados, mas estão concentrados na região Metropolitana, afetando principalmente os municípios com maior número de casos.
Na Capital, a presença do Aedes aegypti permanece com Índice Médio de Fêmeas em nível satisfatório desde o final de junho, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e a tendência é de queda de casos conforme as temperaturas permaneçam ou mantenham-se abaixo dos 15°C – o que exige atenção, já que as temperaturas têm oscilado ao longo do dia, analisa é Raquel Rosa, enfermeira responsável pela Vigilância de Arboviroses da SMS. As mortes são consideradas recordes em comparação com o ano passado, que houve expressivo maior número de casos no mesmo período. A maioria dos casos e óbitos confirmados são de pessoas com mais de 65 anos, e Rosa considera que o agravamento rápido da doença, o maior intervalo de procura de serviço e de manejo clínico também podem interferir na gravidade da doença.
Até as duas últimas semanas epidemiológicas, 27 bairros registraram casos confirmados de dengue. De acordo com boletim da SMS, a maior incidência foi observada no bairro Praia de Belas, com 65,7 casos por 100 mil habitantes, seguido do Jardim Floresta, com 44,9 casos para cada 100 mil habitantes.
Em Viamão, que está em segundo lugar, até o momento, foram registrados quatro óbitos. O município está aplicando doses da vacina em todas as unidades de saúde e também em escolas. Nesta semana, o atendimento é das 9h às 12h e das 13h às 16h: na EMEI Cisne Branco (7/7), Lar da Criança Anne Frank (8/7), EMEI Valdir Jorge Elias (9/7), EMEI Lagoinha (10/7), EMEI Vivendas São Tomé (11/7).
Em Alvorada, até o momento, o município contabiliza dois óbitos em decorrência da doença. A cobertura vacinal segue disponível em todas as unidades de saúde do município, que têm o quantitativo de 3.300 doses disponíveis com abastecimento regular e reposição mensal dos estoques. Atualmente, a cobertura está em cerca de 40% do público-alvo, o que representa aproximadamente 5.500 doses aplicadas. A imunização é direcionada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde.
Os agentes de endemias continuam atuando ativamente percorrendo bairros em busca de focos, com visitas de rotina e ações específicas para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti. Na última semana, foi realizada uma operação do LIRA (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) em bairros, com o objetivo de monitorar e controlar a infestação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Novo Hamburgo registrou um óbito até o momento, com 3.744 casos notificados. A Secretaria da Saúde informou que os agentes de endemias estão trabalhando diariamente no município, realizando a rotina do trabalho de campo em diversos bairros – todos da cidade apresentam incidência de focos, segundo a pasta – conforme preconiza o Ministério da Saúde. A vacina da dengue também está disponível em todas as unidades de saúde e casa de vacinas para a faixa etária de 10 a 14 anos.
Fonte: Correio do Povo