
Tapes, na Costa Doce gaúcha, vive uma sexta-feira de reconstrução, com aspecto de relativa normalidade. A chuva torrencial que caiu no município na noite da véspera de Natal causou destruição, casas e paradas de ônibus destelhadas, postes caídos e a obstrução parcial da ERS 717, já liberada novamente para o trânsito. A cidade, conhecida por seu turismo lagunar, mais frequente nesta época do ano, passou por momentos de tensão por volta das 22h.
Neste horário, fortes precipitações, de cerca de 80 milímetros em somente 20 minutos, provocaram transtornos e destruição. Bairros mais afetados incluem Arroio Teixeira e o Centro. No entanto, os alagamentos baixaram tão logo quanto a chuva cessou, em cerca de duas horas, disse a Prefeitura. “Houve cerca de quatro cinco casas destelhadas, e faltou luz em todo o município, mas já estamos tratando com a CEEE Equatorial. A maioria dos problemas foi na área central mesmo”, afirmou o comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Tapes, Alessandro Vasque.
Na mesma quarta-feira, ele gravou um vídeo viral a partir da própria sede dos Bombeiros, mostrando o forte temporal em andamento. Uma enorme árvore seguia caída na avenida Assis Brasil, sobre a tela de um depósito de materiais de construção, destruindo caixas d’água e outros itens no pátio. “O poder público ainda não veio. Caiu nossa sombra de todos os dias”, resumiu o vizinho da frente, o mecânico Jorge Vieira. Não distante dali, em outro estabelecimento de peças para motocicletas no Centro de Tapes, madeiras foram colocadas no lugar de uma vidraça no segundo andar, que quebrou com a força de outra chuvarada, há cerca de dez dias. Conforme a Defesa Civil Municipal, apesar da mais recente chuva ter sido registrada em um volume elevado, não foi fora da normalidade.
“Recebemos muitas ligações de pessoas que têm parentes fora do município, e procuramos esclarecer que houve até poucos danos, conforme o volume de chuva que recebemos. Isolamos alguns locais com risco de queda de postes e colocamos cones e outros equipamentos, tanto nós como a Prefeitura”, comentou o assessor da corporação, Hércules Quadros. Em outros municípios da região, apesar da proximidade, o temporal não teve a mesma intensidade.
O aposentado Ademar Roque Feck, que vive na avenida General Osório, foi um dos que teve o telhado bastante danificado pelo temporal. Ele disse que estava em casa quando tudo aconteceu. “Chegaram a cair pedaços grandes da grandes de telhas. Foi um grande susto”, afirmou ele. O morador, que contou ainda morar na área há 50 anos, disse também nunca ter visto chuva igual. Feck recebeu lonas na quinta e nesta sexta havia contratado homens para consertar as telhas caídas.
Fonte: Felipe Faleiro/Correio do Povo