
Os últimos dias de 2025 terão uma agenda econômica esvaziada, com os principais indicadores concentrados no Brasil, além do noticiário político relacionado às eleições de 2026 e ao caso envolvendo o Banco Master no Supremo Tribunal Federal (STF). No exterior, o dado consolidado de dezembro do Índice de Gerentes de Compras (PMI, em inglês) industrial de vários países será o primeiro indicador macroeconômico de 2026.
Na segunda-feira, 29, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga o IGP-M de dezembro. Mais conhecido como a “inflação do aluguel”, a expectativa do mercado é de alta de 0,29% em relação a novembro, segundo a última edição do Boletim Focus. A mediana das expectativas dos economistas consultados pelo Banco Central prevê deflação de 0,74% no IGP-M de 2025.
Ainda na segunda-feira, haverá a última edição do ano do Boletim Focus. A projeção do IPCA de 2025 consolidou-se abaixo do teto de 1,5 ponto percentual acima do centro da meta de inflação, de 3%. Há seis semanas, a estimativa para a inflação deste ano recua, situando-se em 4,33% na última edição do Focus, o que também reduziu a projeção do IPCA de 2026, atualmente em 4,06%, em queda há cinco semanas.
Evolução do IGP-M na base mensal (Dez/2024 a Nov/2025). Fonte: TradingEconomics

“O “x” da questão para o mercado, no entanto, é a projeção do IPCA de 2027, período observado pelo Banco Central para a decisão da taxa Selic. A mediana das estimativas dos economistas está há sete semanas estacionada em 3,8%. Na terça-feira, 30, o dia será mais carregado de indicadores econômicos.”, diz Leandro Manzoni, economista da plataforma Investing.com. O Banco Central divulga os números de novembro do setor público consolidado, que agregam os resultados orçamentários da União, dos estados, dos municípios e das estatais. A expectativa do mercado é de piora do déficit nominal, de R$ 81,5 bilhões em outubro para R$ 84,7 bilhões no mês passado.
No mesmo dia, o IBGE apresenta os dados do mercado de trabalho referentes a novembro. Os investidores esperam a manutenção da taxa de desemprego do trimestre encerrado em novembro, em 5,4%, mesmo nível observado no trimestre findo em outubro, o menor da série histórica. Ainda na terça-feira, o Ministério do Trabalho divulga o panorama do mercado de trabalho formal em novembro. A expectativa é de continuidade da desaceleração na geração de empregos com carteira assinada, com recuo de 85,1 mil vagas em outubro para 72,8 mil no mês passado.
É provável que, na segunda ou na terça-feira, seja divulgado o Relatório Mensal da Dívida pelo Tesouro Nacional, referente a novembro, ainda sem data definida, assim como os dados da dinâmica orçamentária da União do mês passado, que tampouco têm divulgação agendada. Vale lembrar que, na terça-feira, às 14h, está marcada a acareação do caso Banco Master no STF, determinada pelo ministro Dias Toffoli.
Participarão da acareação o controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro; o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), Paulo Henrique Costa; e o diretor do Banco Central, Ailton de Aquino. Na véspera de Natal, Toffoli negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a realização de acareação envolvendo outros investigados e o diretor do BC.
Apesar da negociação reduzida em Wall Street e em algumas bolsas da Europa — com a B3 fechada — na véspera de Ano Novo, quarta e quinta-feira serão dias dedicados às celebrações da chegada de 2026. A retomada da agenda econômica ocorrerá no dia seguinte, 2 de janeiro. O primeiro dia útil de 2026 também deve ter pouca movimentação. Os destaques ficam com os PMIs industriais de vários países, entre eles o Brasil.