
O mais novo titular da Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou, nesta sexta-feira, em entrevista ao Correio do Povo, que pretende manter a queda dos índices criminais e as operações integradas no Rio Grande do Sul. De acordo com o coronel Mario Ikeda, a intenção é dar seguimento ao projeto de Sandro Caron, que deixou o cargo para atuar na iniciativa privada. Além disso, outra prioridade do oficial é ampliar a rede de proteção às vítimas de violência doméstica.
Ikeda já atuava como secretário-adjunto da pasta desde 2023. Em seu lugar, assumirá a delegada Adriana Regina da Costa, que exercia a função de subchefe da Polícia Civil. A cerimônia de posse da dupla será na próxima segunda-feira (20).
O secretário garantiu a continuidade do trabalho conjunto entre Polícia Civil, Brigada Militar, Instituto-Geral de Perícias (IGP) e Corpo de Bombeiros, que ocorre desde 2019 por meio do programa RS Seguro. Também assegurou o alinhamento das ações com a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS).
“Essa nova gestão dará continuidade a um trabalho que começou lá atrás, em 2019, a partir do RS Seguro, quando foi criada a oportunidade de integração entre as forças de segurança. Agora, com a delegada Adriana, que é representante da Polícia Civil, acredito que teremos ainda mais chances de intensificar esses esforços. Além disso, no escopo dessa governança, também serão mantidas as reuniões técnicas com SSPS e Polícia Penal”, afirmou Ikeda, que é coronel oriundo da Brigada Militar.
O secretário também ressaltou que a pressão operacional contra os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) não deve arrefecer. “Todos os CVLIs estão em queda. Nossa meta é chegar ao final de 2025 com os melhores resultados da história do RS. Vamos dar seguimento à troca de informações entre os serviços de inteligências e às ações integradas”, disse.
Ikeda ainda declarou que uma das suas prioridades é o combate aos crimes de feminicídio e violência doméstica. Segundo o coronel, o foco é ampliar a rede de proteção das vítimas, como no caso de espaços para que elas busquem ajuda. Para isso, conta com a experiência da delegada Adriana Regina da Costa.
“A delegada Adriana, por ser uma mulher e por ter experiência nessa área, vai ajudar bastante para incrementarmos ações de combate ao feminicídio. A questão da violência doméstica é que, além de ser um crime que ocorre dentro do lar, boa parte das vítimas não solicita medida protetiva de urgência. Vamos trabalhar bastante para ampliar as portas de acesso ao sistema de proteção, além de reforçar os programas que já trazem bons resultados, como no caso do monitoramento de agressores”, destacou o titular da SSP.
Quem é Mario Ikeda
Mario Yukio Ikeda ingressou na Brigada Militar em 1985 e passou por diversas unidades da corporação. Participou da Força Nacional de Segurança Pública que atuou nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos, no Rio de Janeiro, e integrou a Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos durante a Copa das Confederações, em 2013.
Foi gerente de Operações do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) do Estado durante a Copa do Mundo de 2014, além de ter comandado o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e o Comando de Policiamento da Capital (CPC).
Ikeda exerceu os cargos de subcomandante-geral e, posteriormente, de comandante-geral da Brigada Militar, entre 2018 e 2019. Foi também secretário de Segurança de Porto Alegre entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2023, quando assumiu como secretário-adjunto da SSP estadual, função que agora deixa para ocupar o comando da pasta.
Quem é Adriana Regina da Costa
Adriana Regina da Costa, natural de Porto Alegre, ingressou na Polícia Civil como delegada em 1999. Atuou no Centro de Operações de Cruz Alta e no Posto Policial da Mulher antes de assumir a titularidade de delegacias em Canoas e na Capital, onde liderou unidades voltadas à proteção do idoso e ao atendimento à mulher.
Entre 2007 e 2012, comandou a 2ª Delegacia de Polícia da Capital, reconhecida, em 2010, como a segunda melhor delegacia do Brasil em qualidade de serviços. Em 2012, assumiu a 1ª Delegacia Regional Metropolitana e, no mesmo ano, o Departamento Estadual de Proteção à Criança e ao Adolescente (Deca).
Em 2019, foi nomeada diretora do Departamento de Polícia Metropolitana, função que exerceu até ser designada para a subchefia da Polícia Civil. Em junho deste ano, assumiu o cargo de subchefe da Polícia Civil, tornando-se a primeira mulher a ocupar o posto.
Fonte: Marcel Horowitz / Correio do Povo