
A Polícia Civil aponta que a investigação sobre crimes sexuais envolvendo o professor de Direito e advogado Conrado Paulino da Rosa pode alcançar vítimas fora do Rio Grande do Sul. O fato foi divulgado em coletiva nesta sexta-feira, horas após a prisão temporária do suspeito, em Porto Alegre.
De acordo com a delegada titular da 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Fernanda Campos Hablich, 13 mulheres denunciaram o professor de Direito até o momento. Seis destas já estão em acompanhamento psicológico, sendo que uma delas precisou ser internada em uma clínica de saúde mental.
A delegada ainda constatou que há indícios da existência de vítimas fora do território gaúcho, mas não quis especificar em qual estado elas estariam. “Suspeitamos que o investigado possa ter feito vítimas em um outro estado da região Sul do país. Ainda acreditamos que o número de denúncias contra ele tende a aumentar no decorrer da investigação, porque os crimes foram cometidos por mais de uma década. Tem sido assim desde o início dos trabalhos. Começamos com denúncias de seis mulheres e, após uma semana, esse número dobrou”, disse Fernanda Hablich.
Nesta manhã, a 13ª vítima surgiu momentos após a difusão da noticia sobre a prisão do professor de Direito. “O surgimento de mais uma vítima logo após a prisão do investigado demonstra a importância dessa medida. Fomos procuradas por uma mulher que só se sentiu segura para denunciar depois de ter certeza que ele não estava mais solto e que não representava uma ameaça para ela. Em crimes sexuais, é comum que as vítimas tenham muito medo e vergonha do agressor”, disse a titular da 2ª Deam.
Também não foram divulgados detalhes sobre o teor dos casos, apenas que são apurados crimes “corporais, sexuais e psicológicos”. Segundo a 2ª Deam, os crimes teriam ocorrido entre 2013 e 2025.
Fernanda Hablich disse que o advogado foi preso em casa, também na Capital, mas não divulgou o bairro. Ele ainda não foi ouvido e, ainda segundo a delegada, não havia descumprido as medias cautelares do monitoramento eletrônico. “Pedi a prisão temporária para assegurar a continuidade da investigação. Detectei que as vítimas estavam com medo de depor. Por conta de vazamentos e pelo fato dele estar em liberdade”, reforçou a delegada.
Conrado Paulino da Rosa era professor de graduação e mestrado em Direito na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) de Porto Alegre. Ele foi desligado da instituição na semana passada.
O que diz a defesa do suspeito
A defesa de Conrado Paulino da Rosa considera a prisão temporária uma medida desproporcional, visto que ele vinha cumprindo rigorosamente todas as determinações judiciais. Diante disso, ingressará com pedido de Habeas Corpus (HC) junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).
Ressalta-se, ainda, que Conrado não foi ouvido, até o momento, nem teve a oportunidade de apresentar suas provas perante a autoridade policial.