
Uma comitiva técnica e empresarial do Sistema FIERGS, liderada pelo presidente Claudio Bier, está em Brasília nesta segunda-feira, 21, para uma reunião com o presidente em exercício Geraldo Alckmin, marcada para as 16h. O objetivo é apresentar os impactos, na indústria gaúcha, das tarifas de 50% previstas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e defender a adoção de medidas compensatórias por parte do governo federal, caso a taxação entre em vigor a partir de 1º de agosto.
“Este diálogo é essencial para alcançarmos um resultado melhor para nossas indústrias. A expectativa é levar ao vice-presidente nossos pleitos e colaborar com o governo federal na negociação com o presidente norte-americano”, afirma Bier. Alckmin, como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, lidera o grupo do governo brasileiro responsável pela negociação com o governo norte-americano.
Entre as medidas propostas pela entidade, compiladas em carta conjunta com os sindicatos industriais e já enviada à Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão a prorrogação por 90 dias do início da vigência da nova tarifa, permitindo tempo para adaptação e negociação, a mobilização das indústrias exportadoras brasileiras junto a seus parceiros comerciais nos EUA para sensibilizar o governo americano e a adoção de medidas emergenciais, como linhas de financiamento, programas similares ao Reintegra, redução de jornada e salário e suspensão temporária de contratos, FGTS e recolhimentos previdenciários.
PIB
O Rio Grande do Sul é o segundo estado mais afetado pela medida anunciada pelo presidente Donald Trump, segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Se as tarifas forem mantidas, o Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho pode sofrer um impacto de R$ 1,9 bilhão. No estado, setores mais expostos ao mercado norte-americano empregam, atualmente, cerca de 145 mil pessoas.
Dados da Unidade de Estudos Econômicos (UEE) do Sistema FIERGS mostram que, em 2024, os Estados Unidos foram destino de 11,2% das exportações da indústria de transformação gaúcha. O ramo com maior exposição foi o de armas de fogo (85,9%), seguido por calçados de couro que, apesar de menor dependência do mercado americano, é o setor que mais emprega no Rio Grande do Sul.
Desde o anúncio das tarifas, o Sistema FIERGS tem atuado para minimizar os impactos do impasse. Na última sexta-feira (18), Bier reuniu-se com o governador Eduardo Leite, empresários e o cônsul-geral dos EUA em Porto Alegre, Jason Green.