
A Polícia Civil apontou excesso de velocidade como principal causa do acidente que matou três soldados do Exército e deixou outros dois feridos na madrugada de 13 de agosto, na BR 116, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Também foi constatado que a falta de estrutura na via contribuiu no desfecho e que apenas um dos quatro militares estava com cinto de segurança. As conclusões estão no inquérito da 2ª DP de São Leopoldo, que foi finalizado nesta segunda-feira.
O caso foi registrado como homicídio culposo da direção de veiculo automotor. “A causa foi o excesso de velocidade , que resultou na perda de capacidade de condução, circunstância em que o veículo colidiu com a mureta do viaduto. Em função da morte do motorista, não subsiste responsabilidade penal”, pontuou o delegado André Serrão, titular da 2ª DP de São Leopoldo.
Serrão adiciona que, conforme o depoimento dos sobreviventes, corroborado por imagens, o automóvel trafegava em alta velocidade antes do momento de rotacionar e colidir lateralmente com a mureta do viaduto. “O excesso de velocidade levou o condutor a perder o controle do veículo em uma curva”, disse.
O laudo toxicológico do Instituto-Geral de Perícias (IGP) não detectou a presença de álcool etílico ou qualquer outra substância que pudesse alterar sua capacidade de dirigir do motorista. Entretanto, as análises periciais indicaram que mureta lateral do viaduto, onde o veículo colidiu, apresentava uma extremidade em ângulo reto e não possuía qualquer tipo de proteção metálica.
“Especialistas apontam que, se a mureta tivesse um design diferente, como um ângulo mais suave ou uma proteção adequada, os danos e as lesões poderiam ter sido significativamente menores”, destacou André Serrão.
O laudo pericial do IGP constatou que a maioria dos ocupantes do veículo, incluindo o condutor, não utilizavam o cinto de segurança no momento da colisão. Apenas uma das vítimas, que estava no banco dianteiro direito, estava com o dispositivo afivelado. “A ausência do uso desse equipamento de segurança essencial é um fator que agravou severamente as lesões e as chances de sobrevivência das vítimas”, avaliou o titular da 2ª DP de São Leopoldo.
O acidente
O acidente ocorreu por volta das 3h45min, quando os soldados estavam em deslocamento para a cerimônia de passagem de comando do Comando Militar do Sul, em Porto Alegre. Antes da Capital, eles deveriam parar no 18º Batalhão de Infantaria, em Sapucaia do Sul, onde atuavam.
De acordo com o Exército, os militares poderiam ter pernoitado no quartel. A instituição disse que os cinco, no entanto, optaram por dormir em casa e retornar na madrugada.
Morreram no acidente Eduardo Hoffmeister, de 19 anos, que era o motorista, além de Adrian da Silva, de 18 anos, e Vitor Golfetto, de 19 anos. Os dois sobreviventes Leopoldo dos Santos Staudt e Jailson dos Santos Gomes, de 19 anos, receberam alta após ficarem cerca de três semanas hospitalizados.