
Já estava em andamento o plano de uma facção envolvendo a morte de um magistrado no Rio Grande do Sul. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, em coletiva do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), após a Operação Sentinela, deflagrada em Novo Hamburgo. A Polícia Civil não quis confirmar, mas o alvo do bando seria um desembargador.
Nove suspeitos foram presos, sendo sete preventivamente e dois em flagrante, todos vinculados à facção Os Manos. Dois dos investigados, já recolhidos na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC), serão enviados à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC). Um destes, de apelido Nei, é considerado gerente do tráfico no Vale do Sinos.
Segundo apuração policial, os criminosos pesquisaram o endereço do desembargador. Além disso, também fizeram levantamento de imagens dele. Ainda teriam feito menção de atacar integrantes das forças policiais e do Ministério Público (MPRS).
“Por meio de interceptações telefônicas, constatamos que um plano [de ataque contra magistrado] estava em andamento. Enfatizo que qualquer menção de atentados contra a integridade física de autoridades públicas será sempre apurada de forma implacável, com os envolvidos sendo responsabilizados perante rigor da lei”, afirmou o delegado e diretor-geral do Denarc, Carlos Wendt.
Operação Sentinela
Nesta manhã, 70 policiais cumpriram 29 medidas cautelares, sendo sete prisões preventivas, oito mandados de busca, sete bloqueios de contas bancárias e sete indisponibilidades de veículos. A ofensiva ocorreu após um ano de trabalho da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD/Denarc) e Divisão de Inteligência (Dipac/Denarc), sob a coordenação dos delegados Adriano Nonnenmacher e Rafael Liedtke.
A quadrilha movimentou mais de R$ 3 milhões no período apurado. De acordo com a investigação, o esquema funcionava por meio da lavagem de capitais e da inserção de ativos ilícitos na economia formal, como aquisição de carros e investimentos. A movimentação no sistema bancário era feita através de pulverizações, fracionamentos, triangulações e uso de contas de laranjas.
“A operação atingiu os operadores da alta cúpula do narcotráfico, além de dar uma resposta eficaz para qualquer tipo de tentativa de violência contra autoridades públicas”, reforçou o delegado Alencar Carraro, diretor de investigações do Denarc.