
“Essa tarifa de 50% praticamente representa um embargo comercial. Algo impensável em dois parceiros comerciais que buscam através do comércio ganhos recíprocos”, avalia Mauro Rochlin, economista e coordenador acadêmico da Fundação Getulio Vargas. A sobretaxa imposta pelos Estados Unidos começa a valer no dia 1º de agosto e afeta as exportações brasileiras, como o café, produto em que o Brasil é líder mundial na exportação.
Em conversa com o programa Conexão Record News desta quarta-feira (30), Rochlin comenta que o Pix pode ser um dos motivos do atrito. “Pix impacta intermediação bancária, impacta operações de cartões de crédito”, diz o economista, lembrando que empresas americanas dominam esse setor. Ele também cita outros pontos que pesam na negociação, como terras raras e a regulação das big techs no Brasil.
O especialista destaca ainda que, embora o Brasil represente apenas 3% das importações dos EUA, setores específicos como o de café têm relevância para os americanos. “Já se fala em isenção de tarifa porque vai afetar mais diretamente o bolso dos americanos”, aponta Rochlin, que defende o diálogo como saída para evitar prejuízos econômicos e desemprego no país.
(*) com R7