
Após três mortes e um número de ocorrências considerado anormal de intoxicação por metanol, a Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar os casos. Há também indícios de que a situação teria transcendido a fronteira do estado de São Paulo, segundo o ministro Ricardo Lewandowski.
Segundo Lewandowski, a corporação deve investigar a origem e o âmbito de distribuição desses produtos. Além disso, ele destacou que o sistema de alerta da pasta emitiu avisos para todo o País após os casos fugirem dos “padrões normais”.
A hipótese foi corroborada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que comentou que pode se tratar de um caso interestadual. Conforme Rodrigues, existe a possibilidade de conexão com operações recentes envolvendo combustíveis e o transporte do produto no porto de Paranaguá. “No curso da investigação é que vamos ter a certeza se há uma organização criminosa por trás disso”, acrescentou Rodrigues.
Antes do diretor-geral da PF, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, manifestou-se sobre o caso. Alertou para a questão do perigo de ingerir bebidas adulteradas e relatou um aumento considerável no número de casos envolvendo a substância metanol.
“Tivemos um número atípico de casos. Por ano, em médio, temos 20. Agora, somando os meses de agosto e setembro, seria o que normalmente teríamos o ano todo. Em agosto, somente, tivemos 17 casos. E tudo isso concentrado em São Paulo. Vivemos uma situação anormal em relação à intoxicação de metanol”, explicou Padilha.
Padilha argumentou que é uma situação grave porque o metanol, quando entra no corpo humano, ataca o fígado e pode causa cegueira. “É muito importante que as pessoas tenham consciência, antes de mais nada, que para ingerir bebidas alcoólicas, precisa estar hidratada. Em casos de ingestão de metanol, ajuda a ingestão de água. A pessoa sente uma acidez, mas com dores de cólicas”, disse.
Fonte: CP