
A indústria do Rio Grande do Sul encerra o ano sem confiança, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (Icei-RS). O indicador ficou estável em dezembro, ao alcançar 45,5 pontos, com leve alta de 0,1 ponto em relação ao mês anterior. Por permanecer abaixo dos 50 pontos, o resultado sinaliza falta de confiança do setor, situação que se repete há 13 meses consecutivos. A pesquisa mensal foi divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Sistema FIERGS, e realizada com 139 empresas, sendo 34 pequenas, 49 médias e 56 grandes, entre os dias 1º e 10 de dezembro.
“O resultado indica que a indústria gaúcha segue operando com cautela. A confiança permanece abaixo do nível de otimismo, refletindo um ambiente ainda marcado por juros elevados, incertezas fiscais e fatores externos que afetam a competitividade, assim como o elevado custo-Brasil. Nesse contexto, o empresário tende a postergar decisões, aguardando sinais mais consistentes de estabilidade e previsibilidade para retomar investimentos e ampliar a produção”, afirma o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier.
COMPONENTES
O resultado reflete a estabilidade dos componentes do Icei-RS. O Índice de Condições Atuais registrou 41,7 pontos em dezembro, ante 41,9 em novembro. Os subcomponentes também apresentaram comportamento estável no período. O Índice de Condições da Economia Brasileira recuou de 36,6 para 36,5 pontos, enquanto o Índice de Condições da Empresa apresentou queda de 0,3 ponto, passando de 44,6 para 44,3. Diante desse cenário, 49,3% dos empresários industriais ouvidos pela pesquisa apontam piora nas condições da economia brasileira, enquanto apenas 5,1% perceberam alguma melhora.
O Índice de Expectativas para os próximos seis meses também apresentou variação próxima da estabilidade, com alta de 0,2 ponto em relação a novembro, alcançando 47,3 pontos em dezembro. O movimento resulta do comportamento dos subcomponentes: o Índice de Expectativas da Economia Brasileira avançou 0,5 ponto, para 40,2, enquanto o Índice de Expectativas da Empresa oscilou 0,1 ponto, chegando a 50,9.
Em relação à economia brasileira, o pessimismo ainda predomina. Para os próximos seis meses, 38,4% dos entrevistados projetam deterioração do cenário, contra 10,9% de otimistas. A maioria, no entanto, 50,7%, aposta na manutenção das condições atuais.