
O percentual de famílias endividadas em julho chegou a 85,3%, interrompendo uma sequência de oito quedas consecutivas na margem — em junho, o percentual havia sido de 84,4%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS) divulgada pela Fecomércio-RS com base em dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
O resultado foi puxado pelo aumento entre famílias com renda de até 10 salários-mínimos, cujo percentual passou de 87,6% para 88,7%. Nesse grupo também houve crescimento na parcela que se declara “muito endividada” de 19,3% para 21,5% e no comprometimento da renda com dívidas, que subiu de 29,4% para 29,6%. Já entre as famílias com renda superior a 10 SM, a proporção de famílias endividadas permaneceu estável em 70,8%, e houve queda de 10,4% para 8,5% entre as famílias que se consideram “muito endividadas”.
O percentual de famílias com contas em atraso foi de 25,4% (25,8% em jun/25 e 38,0% em jul/24) e apresentou a 11ª queda consecutiva mensal. Esse movimento foi influenciado pela redução do percentual de famílias em situação de inadimplência entre os que ganham até 10 SM que passou de 31,8% em jun/25 para 31,1% em jul/25. Por outro lado, na faixa com renda superior a 10 SM, o indicador avançou de 4,7% para 5,7%, acompanhado de um expressivo aumento no tempo médio, que saltou de 15,0 dias para 42,5 dias.
O percentual de famílias que não terão condições de pagar nenhuma parcela das dívidas nos próximos 30 dias subiu para 2,7%, após três meses em 1,8%. Entre as famílias com renda superior a 10 SM, esse índice registrou 0,9%, encerrando uma sequência de estabilidade em 0,0% que vinha desde setembro de 2021, enquanto nas famílias com renda de até 10 SM houve estabilidade em 2,8%.
“A pesar da redução do percentual das famílias com contas em atraso, o levantamento de julho trouxe sinais de deterioração em alguns indicadores, inclusive entre as famílias de maior renda. Isso acende um sinal de alerta sobre a dinâmica das vendas do varejo, bem como requer maior atenção dos lojistas na concessão de crédito nos próximos meses.” avaliou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.