
Uma sessão tumultuada marcou, nesta quarta-feira (20), o início oficial dos trabalhos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai apurar o esquema de fraudes por entidades associativas contra vítimas do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
O comando do grupo de investigação será conduzido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), em uma reviravolta na votação. O indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e esperado para o posto, era o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Viana venceu a eleição, em um placar de 17 a 14 votos. E também indicou um relator de sua preferência, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
A relatoria também não seguiu o indicado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que era o correligionário Ricardo Ayres (TO).
O deputado afirmou, por nota, receber a decisão com naturalidade. “Reafirmo que sigo como membro titular da comissão, mantendo o mesmo compromisso de contribuir com os trabalhos e avançar na investigação das fraudes”.
Ayres concedeu entrevista ao R7 em que defende uma investigação contra quem quer que seja, além de avanços na apuração para além de descontos associativos, alcançando também empréstimos consignados.
Mudança de tradição
Tradicionalmente, congressistas costumam seguir acordo e confirmar o indicado pelo presidente da Casa, o que não aconteceu. Omar Aziz afirmou, sem entrar em detalhes, que nem todos os parlamentares haviam votado e desejou êxito ao opositor. “Boa sorte, Carlos Viana”, disse.
O novo nome foi defendido por parlamentares oposicionistas. A reportagem apurou que parlamentares do grupo se reuniram na noite de terça-feira (19) para discutir as estratégias e definir as indicações paralelas.
Ao todo, o grupo de trabalho de parlamentares terá 180 dias. Além do presidente e do relator, o grupo será composto por 15 deputados e 15 senadores titulares, com o mesmo número de suplentes. A previsão de despesas voltadas à CPI é de R$ 200 mil.
Fraudes do INSS
Em abril, a PF (Polícia Federal) identificou indícios de pagamento de propina a servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em um esquema de descontos associativos fraudulentos aplicados em benefícios previdenciários.
A divulgação do impacto, que alcançou mais de 6 milhões de aposentados, levou a um pedido de investigação por parte de parlamentares.
O pedido de criação da CPMI foi apresentado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e teve o apoio de 223 deputados e 36 senadores.
Perguntas e respostas
Qual foi o evento que marcou o início dos trabalhos da CPMI?
Uma sessão tumultuada marcou, nesta quarta-feira (20), o início oficial dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar o esquema de fraudes por entidades associativas contra vítimas do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Quem foi eleito como presidente da CPMI e como foi a votação?
O comando do grupo de investigação será conduzido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), que venceu a eleição com um placar de 17 a 14 votos. O indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), era o senador Omar Aziz (PSD-AM), que não foi escolhido.
Quem foi indicado como relator da CPMI?
Carlos Viana também indicou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator da comissão, ignorando o nome sugerido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que era o correligionário Ricardo Ayres (TO).
Qual foi a reação do deputado Ricardo Ayres à decisão da comissão?
Ricardo Ayres afirmou, por nota, que recebeu a decisão com naturalidade e reafirmou seu compromisso de contribuir com os trabalhos da comissão e avançar na investigação das fraudes.
O que disse Omar Aziz sobre a votação?
Omar Aziz comentou que nem todos os parlamentares haviam votado e desejou sucesso ao novo presidente da CPMI, Carlos Viana, sem entrar em detalhes sobre a votação.
Houve alguma proposta de nome alternativo para a presidência da CPMI?
Parlamentares oposicionistas defenderam um novo nome ligado à oposição, mas Carlos Viana já havia indicado o relator.
Fonte: R7