Levantamento da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) identificou 229 iniciativas de educação financeira realizadas em todo o país, por empresas ou pessoas físicas, durante 2024. Embora o total de ações seja 57% menor em relação ao estudo anterior, realizado em 2017, os projetos passaram a alcançar um público maior – no ano passado, 29% deles impactaram mais de dez mil pessoas, enquanto na edição anterior, a fatia era de 9,3%.
“Mesmo com a queda na quantidade de iniciativas nos últimos anos, a ampliação do alcance e da qualidade dessas ações reflete a profissionalização e a força das redes sociais para a educação financeira da nossa sociedade. A atuação dos finfluencers, influenciadores de finanças, que somam mais de 200 milhões de seguidores, tem sido essencial para tornar o tema mais acessível, atrativo e presente no cotidiano da população”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da ANBIMA.
Entre os destaques, está ainda o crescimento expressivo de ações realizadas no formato híbrido (combinando conteúdos presenciais e online), de 18% em 2017 para 58% em 2024. Esse avanço reflete o aumento do uso de tecnologias digitais e a presença cada vez maior dos finfluencers. Conforme o levantamento, 74% das ações são oferecidas de forma gratuita; 70% têm abrangência nacional e 67% são promovidas por pessoas jurídicas, sendo 47% do setor financeiro.
Apesar dos avanços, o estudo também aponta desafios importantes. Muitas iniciativas ainda não têm periodicidade definida, há espaço para criar ações que atendam a diferentes perfis socioeconômicos e para reforçar a formação dos educadores. “O objetivo desse levantamento é justamente entender o cenário da educação financeira no país para que possamos desenvolver estratégias cada vez mais assertivas, que alcancem pessoas de todo o país, de diversas faixas etárias e de renda”, diz Billi. O estudo foi encomendado ao Plano CDE, que realizou a coleta de dados entre os dias 27 de fevereiro e 5 de julho de 2024, por meio de questionários aplicados a instituições de todo o país.