
As obras do Dique do Sarandi, na zona Norte de Porto Alegre, avançam para a etapa de reforço e elevação da cota na estrutura. Equipes do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) trabalham na sondagem do solo para a identificação de materiais que precisam ser removidos antes da recompactação, com novas camadas de argila.
“Este trabalho é necessário, especialmente, no ponto onde o dique rompeu durante a cheia de 2024. Na oportunidade, para reparar emergencialmente a estrutura, foram usados diversos materiais de construção civil. Agora, para a obra definitiva, é preciso removê-los”, explica o diretor-executivo do Dmae, Vicente Perrone.
O segundo trecho do dique do Sarandi teve reconstrução retomada em 27 de junho, após autorização da Justiça. Ele compreende 300 metros da estrutura de proteção contra cheias, localizados entre a Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebap) 10 e o ponto onde ocorreu o rompimento na enchente histórica.
O projeto geotécnico da obra, elaborado pelo Dmae, prevê a elevação da cota da estrutura a 5,8 metros. Com isso, a proteção será equivalente à cheia histórica do rio Gravataí, registrada em maio de 2025. O reforço ocorrerá por meio da compactação de argila, em camadas, e da construção de um talude.
Limpeza do terreno
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) foi a responsável por remover as residências desocupadas na área da obra. Mais de 335 cargas de entulhos foram retiradas do dique, com o auxílio de caminhões. A etapa de limpeza do terreno será concluída na próxima semana.
Histórico
O Dique do Sarandi foi construído entre as décadas de 60 e 70, como parte do sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre. Após a enchente de 2024, um estudo conduzido pelo Dmae apontou a necessidade de reforço da estrutura – que, em alguns pontos, tinha cota inferior a 4 metros.
O plano de trabalho foi dividido em três fases. A primeira, que compreende 1,1 quilômetro de dique entre as casas de bombas 9 e 10, foi concluída em janeiro. A segunda, que está em andamento, tem prazo de conclusão de três meses, a depender das condições climáticas. Uma terceira fase, que compreende mais 2 quilômetros do dique, ainda está em aberto.
Habitação
Conforme o Departamento Municipal de Habitação (Demhab), as 57 famílias que viviam na área do segundo trecho do dique do Sarandi estão elegíveis ao programa federal Compra Assistida, para aquisição de imóveis de até R$ 200 mil. Além disso, todas estão recebendo o auxílio Estadia Solidária, no valor mensal de R$ 1 mil, destinado a ajudar nos custos com moradia temporária até a efetivação das soluções definitivas.
Fonte: Rádio Guaíba