Colorado paga o preço da aposta longa em Roger Machado e da gestão de ilusões

É necessário começar reconhecendo que a diretoria do Inter deu muito tempo a Roger Machado e sua comissão. Após o tão buscado título gaúcho, pouco vimos o colorado realmente jogar bem, submeter adversários e convencer. Alguém vai apontar dois jogos na fase de grupos da Libertadores, contra Nacional e Bahia, e olhe lá.
O resultado e o desempenho foram sumindo a cada vez que o departamento de futebol respaldava o trabalho do agora ex-treinador do Internacional. Ao contrário do rival, saíram jogadores importantes e qualificados, e chegaram poucos e insuficientes nesta janela de meio de ano. A bomba, que já ameaçava explodir há muito tempo, estilhaçou no clássico 448.
O time do Inter repetiu a facilidade concedida defensivamente, foi lento no meio e pouco produziu no ataque. Quando produziu, Borré desperdiçou, aumentando ainda mais o incômodo dos torcedores com a performance do colombiano. O problema crônico às costas dos laterais, principalmente Bernabei, parece ter se acentuado. Restou aos pés de Alan Patrick a responsabilidade: três pênaltis assinalados pelo perdido Marcelo de Lima Henrique e seus colegas de VAR. Dois convertidos e a trave no que daria o empate.
O pressionado presidente Alessandro Barcelos citou seu diretor, D’Alessandro, quando o argentino foi questionado na semana passada sobre o limite do trabalho de Roger. “Chegamos ao limite”, disse o mandatário. Mais um ano muito parecido com todos os outros desta gestão: prometendo muito e entregando muito pouco. Jogadores caros sem rendimento, uma confiança exagerada em um trabalho morto há meses e, principalmente, a incapacidade financeira disfarçada de competência ilusória de mercado.
A temporada do Inter terminou logo depois do Gauchão. Alguns não perceberam, outros negaram a realidade. Agora, é juntar os cacos, trazer um profissional que devolva paz e um pouco de futebol. Só. A responsabilidade é da gestão, que não apenas iludiu, como também ultrapassou as barreiras da esperança. E até ela morre, quando o trabalho é incompetente.