
A PNAD Contínua para o trimestre encerrado em novembro de 2025 registrou a menor taxa de desocupação desde 2012, o início da pesquisa: 5,2% da força de trabalho do país. Este indicador vem mostrando, sucessivamente, as menores taxas da série histórica, desde o trimestre encerrado em junho de 2025. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje, 30, pelo IBGE.
No trimestre encerrado em novembro, a PNAD Contínua encontrou 5,644 milhões de pessoas em busca de trabalho, o menor número de desocupados já registrado pela pesquisa. Ao longo da série histórica, o maior contingente de desocupados ocorreu no trimestre encerrado em março de 2021, auge da pandemia de COVID-19, quando esse indicador chegou a 14,979 milhões de pessoas.
A menor desocupação da série histórica foi acompanhada por um novo recorde no número de pessoas ocupadas no país: 103,2 milhões. Com isso, o nível de ocupação, isto é, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando, chegou ao maior percentual da série histórica da PNAD Contínua: 59,0%. Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, “a manutenção do contingente de trabalhadores em elevado patamar ao longo de 2025 tem assegurado a redução da pressão por busca de trabalho, reduzindo consideravelmente a taxa de desocupação”.
As medidas de subutilização da força de trabalho também mostraram um quadro positivo. A taxa composta de subutilização caiu para 13,5%, a mais baixa da série, recuando nas duas comparações: -0,6 p.p. frente ao trimestre anterior (14,1%) e -1,7 p.p. ante o mesmo trimestre de 2024 (15,3%). A população subutilizada chegou a 15,4 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014 (15,3 milhões), recuando nas duas comparações: -3,9% (menos 627 mil) no trimestre e -11,9% (menos 2,1 milhões) no ano.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Frente ao trimestre móvel anterior, o único grupamento de atividade com aumento significativo de pessoas ocupadas foi o de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com uma alta de 2,6%, ou 492 mil pessoas ocupadas a mais. Os outros nove grupamentos ficaram estáveis.
Na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2024, a ocupação cresceu em dois grupamentos: Transporte, armazenagem e correio (3,9%, ou mais 222 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (5,6%, ou mais 1,0 milhão de pessoas). No grupamento de Serviços domésticos, a ocupação recuou 6,0%, o equivalente a menos 357 mil trabalhadores. Os grupamentos restantes mostraram estabilidade.
“As ocupações associadas às atividades de serviços de Educação e Saúde foram as que mais contribuíram para a expansão da ocupação no trimestre”, observa Adriana.
A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 37,7% da população ocupada (ou 38,8 milhões de trabalhadores informais). Essa taxa ficou abaixo dos 38,0 % (ou 38,9 milhões) observados no trimestre encerrado em agosto e também foi menor que os 38,8 % (ou 39,5 milhões) atingidos no trimestre encerrado em novembro de 2024.
A variação negativa na informalidade foi influenciada pelo novo recorde no número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 39,4 milhões, com estabilidade na comparação trimestral e alta de 2,6% (ou mais 1,0 milhão de trabalhadores com carteira) no ano. O número de empregados no setor público (13,1 milhões) também foi recorde, com alta de 1,9% (mais 250 mil pessoas) no trimestre e de 3,8% (mais 484 mil pessoas) no ano.
Já o número de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 13,6 milhões, mostrando estabilidade no trimestre e caindo 3,4% (menos 486 mil pessoas) no ano. Por outro lado, o número de trabalhadores por conta própria chegou a 26,0 milhões, novo recorde da série histórica. Na comparação trimestral, esse contingente ficou estável, mas cresceu 2,9% (ou mais 734 mil pessoas) no ano.