
A presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeita de Nonoai, Adriane Perin de Oliveira, disse nesta quarta-feira, em visita ao Correio do Povo, que o tarifaço de 50% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicado ao Brasil, será pautado na próxima assembleia geral ordinária dos presidentes das 29 associações de municípios locais, prevista para a próxima terça-feira, mas que, por ora, a entidade não tem um posicionamento sobre o assunto.
“A partir desta pauta, da opinião de todos os presidentes e prefeitos representados, passaremos a emitir opiniões em relação às tarifas e o que está posto neste momento”, disse ela. Adriane, cujo mandato começou em maio, afirmou ainda que a Famurs “tem um papel fundamental” na compreensão das demandas, peculiaridades, vocações e dificuldades dos municípios. “Iniciamos um mandato de quatro 260 novos prefeitos, que entram pelo voto democrático, a fim de estabelecer a prestação de serviços e entregas de serviços de qualidade. Nossa federação olha cada um dos prefeitos para entender do que eles precisam”, salientou a presidente, que conheceu o acervo histórico do jornal, acompanhada pelo presidente-diretor do Correio do Povo, Marcelo Dantas.
A Famurs disse ainda não ter havido avanços no pedido ao governo do Estado para que o fundo da reconstrução do Rio Grande do Sul pós-enchentes, o Funrigs, seja melhor distribuído para a Saúde a fim de combater a crise da superlotação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. A federação das associações municipais comanda a comissão do chamado programa “Previne e Cuida Mais RS”, embora a demanda tenha sido apresentada há alguns meses pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
A intenção de Adriane à frente da entidade é trabalhar com quatro eixos, a começar pela questão tributária e desenvolvimento econômico, algo diretamente afetado pelo tarifaço de Trump, mas também questões previdenciárias, reforma tributária e adaptação à era digital e inovação, inclusive com adesão cada vez maior à inteligência artificial (IA).
“Isto perpassa todas as áreas, e especialmente é a adaptação a um mundo que chegou para ficar. Saímos de uma era analógica para nos adaptarmos a uma era digital. Não estamos aqui para disputas, estamos aqui para entregar o melhor serviço. E se não conseguirmos viabilizar economicamente os municípios, o social fica prejudicado, e a responsabilidade dos prefeitos é atender o econômico e o social”, salientou ela, valorizando também a aproximação com a imprensa. ‘Tenho trabalhado muito a questão da comunicação com os veículos, porque ela é fundamental, para que vocês (imprensa) olhem o potencial dos municípios, porque têm coisas boas para mostrar”.
Felipe Faleiro/CP